Ministro da Educação diz que oferecerá apoio ao Museu Nacional

Publicado em 03/09/2018 - 12:17 Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O ministro da Educação, Rossieli Soares, disse hoje (3) que oferecerá apoio ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. O ministro informou que se reunirá nesta tarde com autoridades, além da Polícia Federal e Corpo de Bombeiros, para entender o que causou o incêndio. “Estamos apoiando e daremos apoio a todas as autoridades para entender o que deu causa ao incêndio”, disse antes do início de coletiva de imprensa convocada para a divulgação de índice de qualidade da educação.

“O MEC, assim como todo país, todo o mundo, e especialmente a população do Rio de Janeiro, estamos todos muito abalados com o incidente de ontem à noite”, disse. Segundo o ministro, o deputado Luciano Ducci (PSB-PR), relator setorial das áreas de educação e cultura do Projeto de Lei Orçamentária para 2019, colocou-se à disposição para apoiar, no Congresso, que se encontre “o melhor caminho para essa instituição, que é tão importante para o Brasil e para a nossa história”.

O Museu Nacional fica na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. O incêndio começou ontem (2) e foi controlado apenas hoje por volta das 3h.

O ministro da Educação, Rossieli Soares, divulga os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2017.
Ministro da Educação, Rossieli Soares, promete apoio ao Museu Nacional do Rio de Janeiro - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Hoje à tarde, Rossieli Soares e o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, reúnem-se com o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher. O reitor disse mais cedo que cobrará do governo federal empenho para reconstruir o prédio e o acervo da instituição, que tem a maior coleção da América Latina.

O ministro e o reitor irão ao museu para verificar as condições das instalações e analisar a proporção dos danos causados ao acervo da instituição. O MEC informou que à tarde o governo vai detalhar as medidas de apoio que serão tomadas para a recuperação desse patrimônio histórico.

O Museu Nacional é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem perfil acadêmico e científico. Segundo Leher, o museu sofreu com cortes no orçamento porque a universidade está sob restrição orçamentária, assim como outras universidades públicas brasileiras.

Em nota, ontem (2), Rossieli Soares afirmou que não serão medidos esforços para auxiliar a UFRJ a recuperar o patrimônio atingido pelo incêndio

Acervo

O museu é a mais antiga instituição histórica do país, fundado por dom João VI, em 1818. Tem nota elevada nos institutos de pesquisa por reunir peças raras, como esqueletos de animais pré-históricos e múmias.

O Museu Nacional do Rio reunia um acervo de mais de 20 milhões de itens dos mais variados temas, coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. No local, estava a maior coleção de múmias egípcias das Américas.

No local, também estava Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado nas Américas, que remete a 12 mil anos, e representa uma jovem de 20 a 24 anos. No museu, havia ainda o esqueleto do Maxakalisaurus topai, maior dinossauro encontrado no Brasil.

História

O local foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O Museu Nacional do Rio oferece cursos de extensão e pós-graduação em várias áreas de conhecimento. Para esta semana, era esperado um debate sobre a independência do país. No próximo mês, estava previsto o IV Simpósio Brasileiro de Paleontoinvertebrados.

Edição: Fernando Fraga

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