Prefeitura de São Paulo desiste de bloqueios de avenidas

Intuito era aumentar o isolamento social na cidade

Publicado em 06/05/2020 - 11:21 Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

A prefeitura de São Paulo mudou a estratégia dos bloqueios no trânsito suspendendo as ações de interdição da circulação de carros em algumas avenidas. Na segunda-feira (4) e ontem (5), o fluxo de veículos foi restrito em quatro importantes vias da cidade como forma de ampliar o isolamento social na cidade. As interdições deixavam apenas uma faixa livre nas avenidas para passagem de ônibus, viaturas e trabalhadores dos serviços de saúde.

Os bloqueios acabaram por gerar congestionamentos, e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu um inquérito para apurar denúncias de que até o tráfego de ambulâncias teria sido barrado.

“A promotoria considerou que os bloqueios acabaram por causar congestionamentos e indesejáveis dificuldades para a circulação em geral, inclusive de ambulâncias, resultado que, a princípio, pode gerar reflexos negativos para o combate à pandemia em questão, além de consequências para a ordem urbanística", diz a nota divulgada pelo órgão.

As ações foram feitas nas avenidas Moreira Guimarães (zona sul), Santos Dumont (zona norte), Radial Leste (zona leste) e Francisco Morato (zona oeste).

O MP disse que solicitou à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que informe se foram feitos estudos técnicos para embasar as ações.

Bloqueios educativos

A partir de hoje (6) serão feitos apenas bloqueios educativos, com fechamento parcial em três avenidas das 7h às 9h. “A intervenção possibilita a exibição de mensagens por profissionais de saúde aos motoristas, lembrando sobre as medidas essenciais para prevenir a disseminação da doença”, enfatiza a nota da prefeitura.

A capital paulista tem registrado índices de isolamento social abaixo dos 50%, considerado o mínimo necessário para conter a disseminação do coronavírus. Na segunda-feira, de acordo com a medição feita pelo governo estadual, o percentual de pessoas que não se deslocaram pela cidade ficou em 48%.

Edição: Lílian Beraldo

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