Ucrânia precisa de 25,4 bilhões de euros nos próximos dois anos
A Ucrânia precisa de US$ 35 bilhões (25,4 bilhões de euros) nos próximos dois anos e pede a realização de uma conferência internacional de doadores, anunciou hoje (24) o ministro interino das Finanças, Iuri Kolobov. “O montante de ajuda econômica que a Ucrânia necessita pode chegar aos US$ 35 bilhões em 2014-2015”, disse ele em comunicado.
“Pedimos aos nossos parceiros ocidentais a concessão de crédito, dentro de uma semana ou duas”, acrescentou o ministro, sem precisar o valor solicitado.
A Ucrânia também propôs “organizar uma grande conferência internacional de doadores com a União Europeia (UE), os Estados Unidos, o FMI [Fundo Monetário Internacional] e outras organizações financeiras internacionais, com o objetivo de obter fundos para a modernização e reformas na Ucrânia”, disse ainda Kolobov.
O presidente interino Oleksander Turchinov advertiu, nesse domingo, que a Ucrânia se encontra à beira de não cumprir os pagamentos. “A Ucrânia está escorregando para um precipício, está à beira de não cumprir os seus pagamentos”, declarou Turchinov, denunciando que o governo do presidente deposto, Viktor Ianukóvitch, e de seu primeiro-ministro, Mykola Azarov, “arruinou o país”.
O Parlamento ucraniano destituiu, no sábado (22), o presidente, depois dos confrontos entre manifestantes e forças de segurança na semana passada, que deixaram 82 mortos no centro de Kiev, embora a oposição fale em mais de 100.
Viktor Ianukóvitch, que está desaparecido desde sábado, é alvo de um mandado de prisão por “assassinato em massa”, anunciou o ministro do Interior interino ucraniano, Arsen Avakov. “Uma investigação criminal contra Ianukóvitch e outros funcionários governamentais foi aberta por causa da morte em massa de civis. Um mandado de prisão foi assinado", anunciou o ministro em sua página no Facebook.
A representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, é esperada em Kiev no início da tarde de hoje. Os países ocidentais já demonstraram receio sobre a integridade da Ucrânia após a crise da semana passada.
A União Europeia já se mostrou pronta a ajudar a Ucrânia, a honrar os seus compromissos financeiros e ajudar a negociar a transição política, disse o ministro das Finanças britânico, George Osborne.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Vladimir Putin, concordaram que a Ucrânia “deve instaurar rapidamente um governo capaz de agir e que a integridade territorial deve ser preservada”,
anunciou a chancelaria alemã.
Amanhã (25), é esperada a nomeação de um governo interino, que ficará no poder até as eleições presidenciais, em 25 de maio.
*Com informações da Agência Lusa