Líder da máfia italiana é preso no Recife após 31 anos foragido
A Polícia Federal e a Interpol (Polícia Internacional) prenderam hoje (26), no Recife, um homem acusado de ter sido um dos principais líderes da organização mafiosa napolitana Camorra. Pasquale Scotti, de 56 anos, vivia na capital pernambucana com documentos falsos há vários anos e se apresentava como um bem-sucedido empresário.
Em 2005, a Justiça italiana condenou Scotti à prisão perpétua por uma lista de crimes cometidos entre 1980 e 1983, entre os quais mais de 20 homicídios, porte ilegal de armas de fogo, extorsão, intimidação e ameaças. O italiano estava foragido desde 1984 – ou seja, há 31 anos.
Scotti é apontado como o fundador da Nova Camorra Organizada - um subgrupo criado após a prisão do principal chefe da Camorra, Raffaele Cutolo, em 1982.
A Interpol chegou até Scotti no Brasil graças às investigações da Procuradoria da República italiana, em Nápoles. Com o auxílio da polícia brasileira, foi possível comparar as impressões digitais e concluir que o suposto empresário italiano, que vivia em Recife, era mesmo Scotti. O foragido tinha título de eleitor brasileiro e CPF falsificados, em nome de Francisco de Castro Visconti.
A detenção de Scotti foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) menos de 24 horas após a Interpol formalizar o pedido de prisão. O governo italiano deverá pedir a extradição do condenado. O caso será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na Itália, o ministro do Interior, Angelino Alfano, comemorou a prisão de Scotti. “Um golpe extraordinário foi colocado em prática pelas nossas equipes, graças ao trabalho da polícia italiana e da preciosa cooperação com as forças de polícia brasileira. Com isso, foi preso um criminoso procurado por mais de 30 anos, Pasquale Scotti, chefe histórico da Nova Camorra Organizada, um dos mais procurados na lista de mais perigosos", disse Alfano, segundo a agência de notícias italiana Ansa.
Ainda segundo a agência, ao ser preso, o mafioso disse aos policiais federais que não era mais o mesmo homem. "Sou eu, vocês me prenderam. Mas, aquele Pasquale Scotti não existe mais."
Enquanto Scotti era preso no Brasil, em Roma, a polícia italiana detinha 61 pessoas suspeitas de pertencerem à mesma facção mafiosa, Camorra. Os suspeitos são acusados de associação mafiosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, extorsão e posse ilegal de armas.