logo Agência Brasil
Internacional

Chanceler argentina confirma apoio do governo Macri a Dilma

Susana Malcorra disse que qualquer mudança só pode ser aceita se
Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil
Publicado em 21/03/2016 - 20:52
Buenos Aires
Brasília - Entrevista coletiva do  presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, ao lado da futura chanceler, Susana Malcorra no Palácio do Planalto.(Elza Fiuza/Agência Brasil)
© Elza Fiúza/Agência Brasil

A chanceler argentina, Susana Malcorra, disse hoje (21) que o governo Macri apoia a presidenta Dilma Rousseff e que qualquer mudança só pode ser aceita se promovida através de instituições democráticas.

Em entrevista para detalhar a agenda da visita do presidente americano Barack Obama, que chega na próxima quarta (23) à Argentina, a ministra disse que a crise política e econômica no Brasil preocupa muito, pois o país é um forte aliado. “Não só esperamos que o Brasil resolva essa crise institucional, da melhor forma possível e o mais rapidamente possível, dentro dos procedimentos da democracia. Desejamos pelos brasileiros e por nós também uma solução, porque precisamos de um sócio forte.”

Susana Malcorra recordou que, no último fim de semana, o presidente Maurício Macri disse publicamente que apoia Dilma pois ela foi democraticamente eleita. “Como tal não pode haver nenhuma forma de mudança que não seja feita de forma através de instituições democráticas".

A chanceler afirmou que qualquer situação atípica no Brasil afeta a Argentina. “Seguimos com muita preocupação o que está acontecendo no Brasil. Temos que ser muito cuidadosos no que se diz respeito ao Brasil porque a situação do ponto de vista institucional [o país] está em um momento de grande fragilidade”, disse Susana.

Susana disse que tem mantido contatos com os ministros das Relações Exteriores do Mercosul – bloco regional integrado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O objetivo é emitir uma nota, manifestando apoio do grupo a uma solução institucional e rápida à crise brasileira. Por falta de tempo para realizar um encontro antes da visita de Obama a Argentina, Malcorra disse que os ministros estão estudando a possibilidade de fazer uma videoconferência.

A crise brasileira, disse a chanceler, tem um impacto econômico interno, mas também na Argentina: 40% do comércio internacional do país depende do Brasil, de acordo com a chanceler. "A preocupação é clara porque um país do peso, do tamanho e da importância regional que tem Brasil, seja afetado por uma crise institucional, nos afeta todos", disse Susana. "Queremos evitar uma desestabilização da região", completou.

Ainda de acordo com a ministra, a reunião de Obama e Macri tem como objetivo principal discutir a relação entre os Estados Unidos e a Argentina. Ela destacou que, no entanto, a agenda está aberta.