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Segurança

Estudos apontam crescimento da violência contra jornalistas no mundo

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Sayonara Moreno - repórter da Rádio Nacional
13/12/2024 - 16:04
Brasília
Palestinians in Gaza laid the body of slain Al Jazeera cameraman Samer Abu Daqqa to rest on Saturday (December 16), the day after he was killed in southern Gaza.
Frame Reuters
© Frame Reuters

“Os jornalistas não morrem, são mortos; eles não estão na prisão, os governos os jogaram lá; eles não estão desaparecidos, foram sequestrados.” Essa é a conclusão do balanço de 2024 da organização Repórteres Sem Fronteiras, que revela o aumento “dos ataques contra jornalistas, sobretudo em zonas de conflito”: 54 jornalistas foram mortos, em todo o mundo, durante o trabalho ou por causa dele, o número mais elevado dos últimos cinco anos.  

Também nesta semana, o relatório da FIJ, Federação Internacional de Jornalistas, divulgou números ainda piores: em 2024, 104 jornalistas foram assassinados em todo o mundo, mais da metade deles em Gaza, na Palestina.   

A presidenta da FENAJ, Federação Nacional dos Jornalistas, Samira de Castro, afirma que os dados dos dois relatórios mostram que “os jornalistas estão sob ataque” e que a sociedade não pode naturalizar essa violência, já que fere o direito de ter acesso à informação.

Apesar de números diferentes nos dois relatórios, há outra conclusão em comum: a Faixa de “Gaza tornou-se a região mais perigosa do mundo para os jornalistas”. O levantamento da Repórteres Sem Fronteiras mostra, ainda, que, na América Latina, os países mais perigosos para a profissão foram Colômbia e México.   

Ana Mielke, coordenadora executiva do Intervozes, Coletivo Brasil de Comunicação Social, e membro da Coalizão em Defesa do Jornalismo, avalia os dados e os caso em Gaza como “alertas de extrema gravidade”. Segundo ela o Brasil também possui uma realidade preocupante em relação à violência contra os jornalistas. 

Além dos casos de mortes, a profissão do jornalista também gera outros tipos de represálias, como as prisões: foram 550 presos em 2024. A maior parte na China, segundo os dois relatórios que ainda citam Israel, Birmânia e Mianmar com as maiores prisões para jornalistas no mundo.   

A Repórteres Sem Fronteiras identificou que, este ano, cerca de cem jornalistas ainda estão desaparecidos, em 34 países. Em 2024 quatro desapareceram de forma forçada.   

A ONU estabeleceu para 2 de novembro o Dia Internacional para Acabar com Impunidade para Crimes contra Jornalistas. De acordo com a UNESCO, Entre 2006 e 2024, mais de 1.700 jornalistas foram mortos em todo o mundo, sendo que nove a cada 10 desses casos continuam sem punição.   

Segundo a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, a Federação Internacional de Jornalistas busca junto aos membros das Nações Unidas a criação de uma convenção sobre a segurança de jornalistas em todo o mundo. 

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