França pede terceira prisão perpétua para o mítico terrorista Carlos, o Chacal
A Procuradoria francesa pediu hoje (27) prisão perpétua para o famoso ex-terrorista venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido como Carlos, o Chacal. Desta vez, por um atentado cometido em Paris há mais de 42 anos e que, se confirmada a sentença, seria a terceira condenação desse tipo para o réu. As informações são da agência alemã DPA.
O procurador Rémi Crosson du Cormier mostrou-se convencido de que foi Chacal, ded 67 anos, quem cometeu o ataque com uma granada em uma galeria comercial de Paris em 1974, quando morreram duas pessoas e dezenas ficaram feridas.
A defesa, contudo, criticou o que considera uma condenação prévia do acusado e assegura que não há provas que o incriminem. Também alega que o caso já prescreveu. "Isto não é um processo normal, não é um acusado normal, é, ao que parece, um processo político", disse a advogada de Chacal, Isabelle Coutant-Peyre.
Carlos, que se apresentou perante o tribunal como "revolucionário profissional" em nome da resistência palestina, rechaçou as acusações. A sentença deverá ser conhecida possivelmente amanhã (28).
Fama mundial
A Justiça francesa já havia condenado o venezuelano, um dos terroristas mais procurados do mundo nos anos 70 e 80, a duas penas de prisão perpétua, por vários atentados e assassinatos. Um de seus golpes de maior relevância foi o sequestro de 11 ministros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 1975, em Viena, que terminou com três mortos.
O terrorista recebeu o apelido de Chacal quando a polícia francesa invadiu um de seus esconderijos e achou o livro O Dia do Chacal, de Frederick Forsyth, obra de suspense baseada em uma tentativa de fato de assassinar o presidente francês Charles de Gaulle, em 1963.