Presidente da Câmara pede a Trump para manter programa migratório de Obama
O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Paul Ryan, pediu nesta sexta-feira (1°) ao presidente Donald Trump que mantenha o programa de Ação Diferida para os Chegados na Infância (Daca), criado pelo ex-presidente Barack Obama, e que protegeu 800 mil jovens da deportação. A informação é da EFE.
Em uma entrevista a uma rádio de Wisconsin, estado pelo qual é congressista, Ryan foi perguntado sobre a possibilidade de Trump encerrar o programa e sugeriu que o presidente não faça isso.
"Essas pessoas estão no limbo, são crianças que seus pais trouxeram para cá, que não conhecem outro país e que não tem outro lar. Realmente, acredito que deve haver uma solução legislativa e é nisso que estamos trabalhando. Queremos tranquilizar as pessoas", disse Ryan, principal liderança do Partido Republicano no Congresso.
O influente congressista afirmou que teve muitas conversas sobre o assunto com a Casa Branca e lembrou que Trump também disse que quer uma "solução humana" para o problema.
Durante a campanha eleitoral de 2016, Trump prometeu que acabaria com o Daca. No entanto, posteriormente, reconheceu que esse é um dos temas mais difíceis com os quais está lidando na presidência e afirmou que o enfrentaria "com o coração", sem dar mais detalhes sobre o assunto.
Ryan mostrou apoio às iniciativas que estão sendo debatidas no Congresso para proteger os beneficiários do Daca, um posicionamento que ainda não tinha sido adotado por nenhuma liderança do Partido Republicano. As afirmações representam também uma mudança de postura do próprio congressista, que votou em reiteradas ocasiões contra o programa elaborado pelo governo Obama.
Outros republicanos também pediram que Trump não acabe com o Daca, sancionado em 2012 por Obama e que permitiu que milhares de jovens, conhecidos como "dreamers" (sonhadores), obtivessem licenças temporárias para dirigir e para trabalhar.
O governo de Trump tem sido pressionado para acabar com o Daca. O procurador-geral do Texas e de outros nove estado conservadores ameaçaram entrar com uma ação contra o Executivo se o plano não for encerrado.