Rajoy nega referendo e diz que convocará forças políticas para discutir futuro

Publicado em 01/10/2017 - 17:21 Por Da Agência EFE - Madri

O presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy, anunciou neste domingo (1º) que convocará as forças representadas no Parlamento para uma reflexão conjunta sobre o futuro do país e defendeu o restabelecimento da normalidade institucional. As informações são da agência EFE.

Em declarações à imprensa após a votação independentista realizada na região da Catalunha, Rajoy disse que "não houve um referendo" e que todos os espanhóis constataram que o Estado de Direito se mantém “forte e vigente”.

O presidente da Espanha, Mariano Rajoy, faz pronunciamento sobre referendo na Catalunha (Reuters/Sergio Perez/Direitos Reservados)

O presidente da Espanha, Mariano Rajoy, faz pronunciamento sobre referendo na Catalunha Reuters/Sergio Perez/Direitos Reservados

O chefe de governo afirmou que o processo de demandas políticas não passa pela "quebra da legalidade" e responsabilizou o governo autonômico catalão, promotor da iniciativa, de ter agido contra a convivência democrática.

O referendo foi convocado no início de setembro pelo Executivo catalão e suspenso pelo Tribunal Constitucional. O governo local manteve a iniciativa de consultar a população sobre se ela quer ou não que a Catalunha se torne uma república independente.

Na última sexta-feira (29), as Nações Unidas divulgaram nota afirmando que a Espanha deveria garantir o respeito pelos direitos fundamentais na sua resposta ao referendo catalão e pedindo que as autoridades não violassem direitos como a liberdade de expressão, reunião e associação e participação pública.

Os conflitos que já vinham ocorrendo na última semana se intensificaram hoje, nas ruas e mesmo em centros de votação. Mais de 760 pessoas ficaram feridas. Em declaração à imprensa, sem citar diretamente os incidentes relacionados à atuação policial, Rajoy disse que os únicos responsáveis e culpados pelo ocorrido na Catalunha são os que "promoveram a ruptura da legalidade e da convivência".

Nas redes sociais e em protestos na Catalunha e em outras cidades, como na capital Madri, populares criticam a atuação da polícia, que usou gás e balas de borracha, armamento proibido na Catalunha desde 2014.

Jogo sem torcida

Diante dos conflitos, o Barcelona decidiu que o time jogaria a partida de hoje contra o Las Palmas, pelo Campeonato Espanhol, de portões fechados como forma de protesto. Emocionado após a vitória por 3 a 0 no Estádio Camp Nou, sem torcida, o zagueiro Gerard Piqué criticou a postura do governo da Espanha e do presidente Mariano Rajoy em relação ao referendo de independência da Catalunha e colocou em questão sua continuidade na seleção espanhola.

"Se o senhor [presidente] ou qualquer pessoa da federação acredita que sou um problema ou atrapalho, não tenho nenhum problema em dar um passo ao lado e deixar a seleção antes de 2018", declarou o jogador.

"Todo mundo viu o que aconteceu e esta decisão piorou muito as coisas, é uma das piores decisões deste país nos últimos 40 anos porque só fez separar ainda mais a Catalunha da Espanha, e isto pode ter consequências", afirmou.

O jogador criticou o Partido Popular, que está à frente do governo espanhol, dizendo que ele "utiliza todos os seus meios para mentir, porque durante estes anos disseram que era uma pequena minoria e que nos manifestávamos de maneira tumultuosa. Mas ficou provado que não éramos minoria, porque éramos milhões de pessoas e que não foi de forma tumultuosa".

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