Decisão sobre habeas corpus de Lula repercute na imprensa da Europa
O julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal ganhou destaque hoje (5) nos meios de comunicação ao redor do mundo. Na Europa, jornais como o italiano Corriere della Sera e o francês Le Figaro afirmaram em suas manchetes que Lula está a um passo de ser preso.
O Le Figaro declarou que Lula, que até ontem era o candidato favorito às eleições presidenciais, deve ser preso em breve, provavelmente na semana que vem.
"Em teoria, agora nenhum obstáculo separa o ícone da esquerda da prisão, mas, de acordo com muitos juristas, ele não deve ser preso até a semana que vem, provavelmente na terça-feira", afirmou o jornal.
Para o italiano Corriere della Sera, a decisão do STF é um golpe para Lula e para o Partido dos Trabalhadores (PT), que devem começar a preparar uma candidatura alternativa para as eleições presidenciais deste ano.
"Para alguns, Lula é o símbolo da corrupção política; para outros é um herói popular vítima de uma conspiração golpista", disse o jornal.
A britânica BBC destacou que, por decisão da Suprema Corte, Lula deverá aguardar o julgamento dos recursos na prisão. O texto afirma que as batalhas judiciais de Lula dividiram os brasileiros e que essa decisão não foi diferente.
"Seus críticos lançaram fogos de artifício em comemoração. Os partidários de Lula foram para casa furiosos com o que dizem ser uma afronta à democracia e um golpe", disse a BBC.
Prisão iminente
O espanhol El País deu destaque à iminente prisão de Lula. O jornal afirma que é possível que a reclusão de Lula, "um dos líderes políticos mais populares do planeta há uma década", seja breve já que a defesa ainda pode recorrer.
Em Portugal, os jornais Expresso e Diário de Notícias também noticiaram o julgamento. Ambos ressaltaram que a prisão de Lula não deve ser imediata.
"A decisão do STF será depois remetida para as instâncias judiciais inferiores e caberá ao juiz Sérgio Moro a ordem de prisão efetiva", afirmou o Diário. "A execução provisória da pena não deverá impedir juridicamente a candidatura presidencial de Lula da Silva, à frente nas sondagens para as eleições de outubro".