Youssef e Costa reafirmam pagamento de R$ 10 milhões para abafar CPI

Publicado em 25/08/2015 - 17:59 Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - Brasília

 

O ex- diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa durante acareação com o doleiro Alberto Youssef (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O  ex-­diretor  da  Petrobras  Paulo  Roberto  Costa reafirmou pagamento de propina em 2009 ao então presidente do PSDB, Sérgio Guerra, que morreu em 2014     Fabio  Rodrigues  Pozzebom/Agência Brasil

Durante acareação, hoje (25), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa reafirmaram ter sido feito  pagamento de R$ 10 milhões para evitar uma CPI no Congresso, em 2009.

Segundo os delatores, a propina foi paga para esvaziar uma comissão parlamentar criada para investigar a Petrobras. Segundo Youssef o valor de R$ 10 milhões foi pago pela empreiteira Camargo Correia ao então presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), morto em 2014.

Costa acrescentou que foi procurado por Sérgio Guerra e pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) para tratar do pagamento, que seria destinado a “abafar” a CPI.” Da minha parte, posso dizer que eles receberam”, disse.

O deputado Leo de Brito (PT-AC) aproveitou a revelação para questionar a oposição que, um pouco antes, havia perguntado a Youssef e a Costa sobre o suposto repasse de R$ 2 milhões para a campanha da presidenta Dilma Rousseff, em 2010. Brito chamou a pergunta de “esforço descomunal” para envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma nas denúncias.

“Queremos saber se vão utilizar [a oposição] dois pesos e duas medidas. Eu quero saber onde foram parar os R$ 10 milhões usados para barrar a CPI da Petrobras. Essa é uma pergunta que devemos fazer?”, questionou Brito. “Queremos saber se o dinheiro foi para o partido [PSDB], se ele estava envolvido”, complementou.

Durante a acareação, os depoentes confirmaram também o pagamento de R$ 1 milhão para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2010, proveniente do esquema de propina na Petrobras.

Youssef disse que fez o repasse do dinheiro a pedido de Costa e confirmou a informação. Costa nega, mas admite que houve o repasse. “Já participamos de uma acareação em Curitiba e há realmente uma contradição nesse ponto, mas o importante é que o dinheiro foi integralmente pago”, disse Costa.

Edição: Beto Coura

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