Gilberto Carvalho diz que Lula não deveria ser chamado para depor na Lava Jato

Publicado em 30/09/2015 - 18:43 Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Presidente do Conselho Nacional do Sesi e ex-ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência da República Gilberto Carvalho, durante entrevista (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

 Gilberto Carvalho diz que a PF só deveria chamar Lula para depor "se tivesse algum indício, e não tem" Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República da presidenta Dilma Rousseff e ex-chefe de gabinete do ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho afirma que a Polícia Federal (PF) não deveria chamar Lula para depor nas investigações da Operação Lava Jato.

Carvalho acredita que a possível ida do ex-presidente à Polícia Federal para prestar depoimento sobre corrupção é algo que deve ser tratado com “cautela”. “A questão de ouvir o Lula é mais delicada, porque isso traz uma conotação política diferenciada. Acho que [a Polícia Federal] devia ter mais cautela e chamar o Lula só se tivesse algum indício, e não tem”, disse  Carvalho em  entrevista à Agência Brasil.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF  parecer favorável à tomada de depoimento do ex-presidente como testemunha, além de Carvalho e outros integrantes do governo na época. De acordo com Carvalho, a contribuição que ele e Lula podem dar à Polícia Federal nas investigações da Operação Lava Jato é “quase nula”.

“Eu acho que a contribuição que nós podemos dar é quase nula, porque não tínhamos nenhuma participação nesses esquemas e o presidente Lula teve zero de participação. Eu não tenho problema nenhum em ser chamado pela Polícia Federal, como já fui outras vezes. Quando você não deve, você não teme”.

O ex-ministro, que agora é presidente do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi), também comentou a nova distribuição de ministérios feita pelo atual governo. Para ele, dar ministérios a um partido não garante fidelidade ao governo; e há necessidade de mais diálogo entre Planalto e Congresso.

“Eu não acho que nomear ministros de um ou outro partido garante por si só a estabilidade do governo. É ilusório imaginar que isso vai corresponder. Não se pode confiar num piloto automático, imaginando que concedendo mais ministérios você vai ter necessariamente o apoio daquele partido. Tem que continuar fazendo muita política, muito diálogo. Acho que isso tem faltado”.

Edição: Jorge Wamburg

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