Teori vota a favor de abertura de ação penal contra Eduardo Cunha
![Brasília - Ministro Teori Zavascki durante sessão do STF para julgar denúncia apresentada pela PGR contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro (José](/sites/default/files/atoms/image/1003765-02032016-dsc_2070.jpg)
O relator do inquérito, Teori Zavascki, vota pela abertura de ação penal contra Cunha
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou hoje (2) a favor do recebimento parcial da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a prefeita de Rio Bonito (RJ) e ex-deputada federal, Solange Almeida, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O ministro é o relator do inquérito no STF.
Após o voto de Zavascki, a sessão foi suspensa e será retomada amanhã (3), com os votos dos demais ministros da Corte. Se a maioria dos 10 ministros decidir pelo recebimento de denúncia, Cunha e Solange passarão à condição de réus no processo.
De acordo com voto do ministro, há indícios suficientes de que Eduardo Cunha pressionou, a partir de 2010, o ex-consultor da empresa Mitsui e um dos delatores da Lava Jato, Júlio Camargo, para que o empresário voltasse a pagar propina por um contrato de navios-sonda com a Petrobras, cuja negociação foi interrompida por problemas jurídicos.
Para o ministro, a pressão ocorreu por meio do lobista Fernando Baiano, que foi autorizado a usar o nome de Cunha para fazer as cobranças, e de requerimentos apresentados pela ex-deputada federal Solange Almeida à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, com objetivo de investigar contratos da Mitsui e pressionar Camargo a pagar as parcelas restantes da propina.
Outras acusações da PGR a Eduardo Cunha foram rejeitadas pelo ministro. Segundo o relator, a parte da denúncia que se refere à celebração inicial dos contratos da Petrobras com a Samsung Heavy apresenta exclusivamente depoimentos de delatores, sem apresentação de provas.
No entendimento do ministro, os delatores Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras], e doleiro Alberto Rousseff afirmaram que Cunha não teve participação nas etapas iniciais da celebração de contrato, que ficou a cargo do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Nestor Cerveró. Também não foram apresentadas provas de que Cunha seria “sócio-oculto” do lobista Fernando Baiano na parte inicial do contrato.
Procuradoria
Em sustentação oral no início da sessão de hoje, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que Cunha usou o cargo para receber US$ 5 milhões em propina. ‘Portanto, o que se pode afirmar é que houve pagamento de propina nas sondas, o deputado e a deputada, ambos, utilizaram o cargo para pressionar e forçar o pagamento de propina. O deputado Eduardo Cunha recebeu, no mínimo, US$ 5 milhões, e eles indicaram a forma de forma de lavagem do dinheiro”, disse Janot.
No julgamento, a defesa de Cunha desqualificou o depoimento dos delatores, e a defesa da ex-deputada afirmou que ela nunca pediu, nem recebeu dinheiro desviado da Petrobras.
![Logo da Agência Brasil](https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/themes/agenciabrasil_v3/images/thumb_rdag_small.webp?sq92ux)
![Fernando Frazão/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ) 24/10/2024 - O governador do Rio, Cláudio Castro, fala à imprensa com os secretários de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, de Polícia Civil, Felipe Curi, e de Segurança Pública, Victor dos Santos, após a morte de três pessoas baleadas na Avenida Brasil, próximo do Complexo de Israel, onde acontecia uma operação da Polícia Militar, na Zona Norte. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)