PSD engrossa encaminhamentos favoráveis ao impeachment

Presidente da comissão especial que analisou o pedido, Rogério Rosso

Publicado em 17/04/2016 - 16:08 Por Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Encaminhando a votação do PSD a favor da admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Rogério Rosso (DF), usou os 10 minutos reservados à legenda para rebater críticas à condução do processo na comissão especial que analisou o tema antes que o relatório fosse encaminhado para o plenário. Rosso foi o presidente do colegiado que, em 25 dias, fez 11 reuniões tomando mais de 50 horas de trabalho. Todas as bancadas têm 10 minutos na tribuna, antes do início da votação.

“Nos últimos dias, escutei calado e com respeito o pronunciamento de colegas que falaram de parcialidade dos nossos trabalhos. Mas não fui eu quem ratificou os trabalhos da comissão e sim o Supremo Tribunal Federal [STF] que, ao analisar diversos mandados de segurança, decididram que não tiveram provimento”, afirmou, ao citar o julgamento em sessão extraordinária da Corte, na última quinta-feira (14), que negou pedidos apresentados pela base governista e pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, sobre o andamento dos trabalhos.

Uma das questões apresentadas por parlamentares aliados de Dilma foi a data dos depoimentos dos advogados autores do pedido de impeachment – Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal -, e de Cardozo e do professor adjunto da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (RJ), Ricardo Lotti, pela defesa de Dilma. “Me disseram para acompanhar o mesmo rito do impeachment de 1992, mas não poderia dada a complexidade deste tema fazer apenas três reuniões que somaram sete horas, fizemos 11 com mais de 50 horas de debate onde o povo brasileiro pôde acompanhar.  Jamais ficaria de bem com a minha consciência se não tivesse feito desta forma”, afirmou.

O PSD, na última semana, se reuniu com a presença do ministro Gilberto Kassab (Cidades), que entregou o cargo na última sexta-feira (15), para afinar o discurso do partido relativo ao processo do impeachment. Dos 30 deputados, 26 tinham certeza que votariam a favor do processo. Apesar da maioria manifestando-se favorável ao impeachment, o partido não fechou questão em torno do assunto.

“O Brasil acorda amanhã diferente . Estamos atravessando uma tempestade perfeita. Crise econômica, política e ética. E somos nós, a superação de cada um, que vamos encontrar os rumos que a sociedade merece. Por isto o PSD votará sim ao relatório do deputado Jovair Arantes”, disse.

Rosso voltou a lembrar que a Câmara, pelo rito estabelecido no final do ano passado pelo STF, tem a responsabilidade de apreciar apenas a admissibilidade do pedido, “de caráter político, mas sem desconsiderar os aspectos formais. Quem fará o julgamento será o Senado. Estamos tão somente tratando da admissibilidade da denúncia, e o relatório é cristalino e claro. Devemos sim admitir a denúncia e encaminhá-la ao Senado para que a senhora presidente possa se defender do processo legal”, concluiu.

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Edição: Lana Cristina

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