Governo espera "reciprocidade" dos governadores para a reforma, diz Marun
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse hoje (26) que o governo espera “reciprocidade” na questão da reforma da Previdência daqueles governadores que aguardam financiamentos de bancos públicos. O ministro afirmou que financiamentos da Caixa Econômica Federal e de outros bancos públicos são ações de governo e, portanto, o governo pode discutir essa reciprocidade nas questões que o interessam.
A declaração de Marun vem em resposta às queixas do governador de Sergipe, Jackson Barreto, feitas após reunião dele no Palácio do Planalto. De acordo com Barreto, conforme publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo na última sexta-feira (22), o ministro teria dito que só liberaria os financiamentos após a votação da reforma da Previdência. Segundo o jornal, Barreto, que é integrante do PMDB, saiu “chocado” da reunião.
“Financiamentos da Caixa Econômica Federal são ações de governo. E, nesse sentido, entendemos que deve, sim, ser discutido com esses governantes, alguma reciprocidade no sentido de que seja aprovada a reforma da Previdência, que é uma questão que entendemos hoje ser de vida ou morte para o Brasil”, disse o ministro.
Marun não confirmou que os contratos de financiamento só serão liberados após a votação da reforma, mas afirmou que o governo espera o apoio dos governadores quando o assunto é a reforma da Previdência. “Realmente, o governo espera daqueles governadores que têm recursos, financiamentos a serem liberados uma reciprocidade no que tange à questão da Previdência”, disse.
“É uma ação de governo. Sendo uma ação de governo, obviamente que o nível de apoio que o governador puder prestar na questão da reforma vai ser considerado nessa questão”, completou.
Amanhã (27) à tarde, o presidente Michel Temer vai receber, além do próprio Marun, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para tratar da reforma. O relator da matéria na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), também foi convidado para o encontro.