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Política

Demarcação de terras será pauta de "muita conversa", diz nova ministra

Damares Alves também falou sobre aborto e direitos de mulheres e LGBT 
Marcelo Brandão e Pedro Rafael Vilela - Repórteres da Agência Brasil
Publicado em 06/12/2018 - 17:42
Brasília
Futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, fala à imprensa no CCBB. Ela também ficará responsável pela Funai.
© Valter Campanato/Agência Brasil

A futura ministra da nova pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse hoje (6) que a demarcação de terras indígenas será pauta de muita conversa no governo. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já manifestou intenção de rever a política de demarcação de terras indígenas no país.

“Nós vamos ter que conversar muito sobre isto. Eu, particularmente, questiono algumas áreas indígenas. Sempre lembrando que este ministério vai interagir com os demais ministérios.”, disse a ministra ao ser anunciada pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ela afirmou que dialoga com indígenas há 16 anos, trabalhando pela saúde da criança indígena.

Mulher e aborto

Damares também disse que no novo governo a mulher não receberá salário inferior ao homem se executar a mesma função. “Se depender de mim vou para a porta da empresa em que o funcionário homem, desenvolvendo papel igual da mulher, ganhe mais. Acabou isso no Brasil”.

A futura ministra disse que o ministério será de “proteção à vida” e se declarou contra o aborto. “Acho que nenhuma mulher quer abortar. Queremos um Brasil sem aborto, que priorize políticas públicas de planejamento familiar, que nunca seja visto como um método contraceptivo”. O ministério, segundo ela, não lidará com o aborto. “Essa pasta vai lidar com proteção de vidas, não com morte”. Para ela, a legislação vigente a respeito do tema não deve ser alterada.

LGBT

Questionada, Damares disse que a questão LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) é delicada, porque “criaram uma falsa guerra entre LGBT e cristãos”. “Essa guerra entre cristãos e LGBT não existe. Dá para a gente conversar, sentar e dialogar”, disse.

A futura ministra acrescentou que o ministério enfrentará a violência fruto do preconceito pela orientação sexual. “Se precisar estarei nas ruas com as travestis, na porta das escolas com as crianças que são discriminadas por sua orientação sexual”. A ministra finalizou afirmando ser possível “um governo de paz entre o movimento conservador, o movimento LGBT e os demais movimentos”.

Com este anúncio, a equipe ministerial tem 21 ministros, faltando apenas a definição para a pasta do Meio Ambiente. Apoiada por setores evangélicos, Damares Alves é educadora, advogada e pastora evangélica.