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Economia

Mercado financeiro eleva projeção da inflação pela sexta vez seguida

Previsão que pode estimular alta de juros está no Boletim Focus do BC
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Gabriel Brum
11/11/2024 - 13:32
Brasília
São Paulo  SP 27/06/2024 presidente do BC, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, na sede do BC, na Avenida Paulista divulgam Relatório da Inflação. Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil
© Paulo Pinto/Agencia Brasil

Os analistas do mercado financeiro aumentaram a projeção de inflação para este ano, subindo de 4,59% para 4,62%. É a sexta alta seguida no Boletim Focus, que foi divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Banco Central.

A previsão para 2025 também subiu, para 4,10%. E para 2026, subiu para 3,65%, mesmo com os aumentos da taxa básica de juros aprovados pelo Banco Central.

Inclusive a expectativa para a taxa Selic neste ano se manteve em 11,75%. A Selic é uma das ferramentas que o Banco Central usa para tentar segurar a inflação. O problema é que juros altos esfriam o crescimento da economia.

O economista e professor da UnB, José Luis Oreiro, critica a meta de inflação, de 3%, com limite de 4,5%.

"O histórico de 25 anos do regime de meta de inflação, mostra que a nossa inflação de longo prazo é de 6% ao ano na média. Então não faz nenhum sentido econômico você colocar uma meta de inflação de 3% quando a tua média de longo prazo é o dobro disso".

O conselheiro do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais, Gelton Coelho, vê um descompasso na taxa de juros do país com o cenário econômico.

"A gente percebe então que o Banco Central está em descompasso com essa realidade mundial e também com a realidade local, principalmente dos investimentos que têm sido feitos através do BNDES, através de outros bancos, que mostram a necessidade de crédito do mercado e a subida dos juros obviamente vai elevar custos e vai elevar obviamente esse repasse para a população". 

O Boletim Focus prevê para o PIB, Produto Interno Bruto, que é a soma de tudo que é produzido no país, um crescimento de 3,10%. E o dólar deve terminar o ano em R$ 5,55.