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Diretor da PF diz que há provas que Bolsonaro sabia de trama golpista

Andrei Rodrigues defendeu inquérito que indiciou 37 pessoas
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Gabriel Brum
04/12/2024 - 17:07
Brasília
Brasília (DF), 14/11/2024 - O ditetor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, durante entrevista coletiva sobre a investigação dos atentados com bomba ocorridos próximo ao Supremo Tribunal Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, defendeu a conclusão do inquérito sobre o golpe de estado de que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do plano. Segundo ele, o documento de 844 páginas é completo, meticuloso e detalhado. Rodrigues conversou com a imprensa na manhã desta quarta-feira (4).

Jair Bolsonaro é um dos 37 indiciados pela Polícia Federal pelo planejamento de uma tentativa de golpe de estado e abolição violenta do estado democrático de Direito. Na semana passada, em coletiva, a defesa do ex-presidente disse que ele não sabia e não concordou com planos de golpe.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que não tem informações sobre pedidos de delação por parte dos presos na operação Contragolpe e que, o último alvo do grupo criminoso, que no documento tem apelido de Juca, ainda não foi identificado.

Segundo a PF, cinco brasileiros procurados por envolvimento no 8 de Janeiro estão presos na Argentina e esperam para ser extraditados. As prisões são resultado de 59 mandados expedidos pela Justiça argentina. Outros três pedidos estão aguardando avaliação.

Segundo Andrei Rodrigues, as investigações da “Abin paralela” e do uso da Polícia Rodoviária Federal para interferir nas eleições de 2022 estão em fase final.

Com essas ações, a Polícia Federal tem cerca de 50 mil inquéritos em andamento. Mais de R$ 3 bilhões em bens e dinheiro foram apreendidos de organizações criminosas. Quase a metade desses valores está relacionada a crimes ambientais.

Segundo Rodrigues, poucas investigações têm mais de 3 anos de duração hoje em dia. Quase 86% de todos os inquéritos foram concluídos, seja com indicação de autor e crime ou de que não houve crime. O tempo médio de duração é de 479 dias.

O diretor-geral reforçou a necessidade de concurso público para suprir, pelo menos, as 2.500 vagas que estão abertas na PF.