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Diritti Umani

Viva Maria destaca o combate à violência contra a mulher

25 de novembro marca mobilização contra essa violência em todo o mundo
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Mara Régia – apresentadora do Viva Maria
25/11/2024 - 07:00
Brasília
Vítimas de violência doméstica podem apresentar um sinal vermelho na mão para alertar que estão vivendo uma situação de vulnerabilidade
© Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Neste 25 de novembro é celebrado o Dia Internacional Pela Eliminação da Violência Contra a Mulher. A data foi criada em 1981 durante o primeiro Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, em Bogotá, em homenagem às irmãs Patria, Minerva  e María Teresa Maribal, violentamente torturadas e assassinadas em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a data em março de 1999. 

Para abordar tão importante tema, o Viva Maria conversa com a ativista, psicóloga e escritora Raquel Moreno, que há muitos anos luta por um mundo sem violência contra as mulheres. Ela afirma que, apesar das conquistas nos últimos anos, esse é um problema que persiste. 

“Eu acho que a violência se perpetua até hoje porque na verdade ela serve de válvula de escape pra muitas violências que existem na sociedade. A violência da não inclusão; da discriminação; da pobreza; da falta de espaço de manifestação de qualquer trabalhador. Então, o que acontece é que todas essas pequenas violências do cotidiano ensina-se que tem que ser aguentadas em silêncio, porque senão você perde o emprego, você perde uma série de coisas. Mas em compensação, chegando na sua casa, você é o rei do castelo e lá você pode desafogar, digamos, essa ansiedade acumulada ao longo do dia. E de alguma maneira isso restabelece o equilíbrio para que todo mundo volte bonitinho pro trabalho no dia seguinte. Todo mundo menos a mulher que foi vítima de violência, é claro.”

Raquel Moreno, que é integrante do Coletivo Mulher e Mídia, fala sobre o papel dos meios de comunicação no combate à violência. 

“Eu diria que a mídia é uma das grandes responsáveis. Eu acho que, no mínimo, ela compactua. Porque na verdade a mídia banaliza a violência e torna o limiar de aceitabilidade da violência muito mais elástico. Portanto a sociedade, na medida em que vê na mídia e a reprodução disso, acha normal, natural. Ou então, em casos mais interessantes, a mídia espetaculariza sem nenhum cuidado. De modo que se torna um exemplo a ser multiplicado, em vez de ser um exemplo a ser evitado. Essa banalização naturaliza a violência na sociedade e todo mundo continua achando que é normal e perpetua o problema, em vez de trabalhar no sentido oposto.”