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Salute

SUS terá medicamento para proteger crianças de acidente nuclear

Cerca de 19 mil crianças de Angra dos Reis serão beneficiadas
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Fabiana Sampaio - repórter da Rádio Nacional
29/11/2024 - 20:52
Rio de Janeiro
FURTO DE MATERIAL RADIOATIVO - Medidor de densidade que utiliza a fonte de Césio 137. Foto:CGMI/CNEN
© CGMI/CNEN

O Ministério da Saúde vai passar a disponibilizar, no SUS, um medicamento para proteção de crianças em caso de acidente nuclear. Cerca de 19 mil crianças que vivem em Angra dos Reis vão ser beneficiadas. O município localizado na região da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro abriga duas usinas nucleares Angra 1 e 2.

O iodeto de potássio 20 mg será usado para o tratamento de crianças de até 11 anos, em caso de exposição a materiais radioativos. Segundo o ministério, o medicamento protege a glândula tireoide, impedindo que ela absorva o iodo radioativo e reduzindo os riscos de complicações graves, como o desenvolvimento de doenças na glândula.

O SUS já oferta o medicamento iodeto de potássio 130 mg em comprimidos para pacientes adultos. O Ministério da Saúde informou que serão atendidos mais de 117 mil pacientes adultos com a aquisição do medicamento, considerando a população geral das Zonas de Planejamento de Emergência.

E que, embora o Brasil não seja uma região de alto risco nuclear, a disponibilização do iodeto de potássio é importante e responsabilidade do governo na preparação para qualquer ocorrência.

O acidente envolvendo material radioativo mais conhecido do Brasil é o do Césio-137, ocorrido em Goiânia, capital do estado de Goiás, em 1987. Dois catadores de papel encontraram uma bomba de Césio nos escombros de um antigo hospital. Sem saber do que se tratava, arrombaram a cápsula e acabaram se expondo, e também outras pessoas, ao material tóxico. Centenas de moradores de Goiânia foram contaminados. Quatro pessoas morreram.