Sindicato cogita greve do setor público durante Jogos Olímpicos

Trabalhadores pedem melhores condições ao Governo

Publicado em 07/03/2024 - 19:08 Por Dominique Vidalon e Jean Stephane Brosse - Paris (França)

Os trabalhadores do setor público, incluindo funcionários de hospitais, poderão entrar em greve durante os Jogos Olímpicos de Paris, a menos que as reivindicações sobre salários e condições sejam atendidas, disse o sindicato CGT (Confederação Geral do Trabalho, em tradução livre) da França nesta quinta-feira (7).

A diretora do CGT, Sophie Binet, afirmou à rádio Franceinfo que o sindicato apresentaria um aviso de greve no início do próximo mês.

“Queremos que o Governo tome medidas imediatas para garantir o sucesso dos Jogos Olímpicos, para os quais o CGT vem trabalhando há anos. Para isso, nossos avisos precisam ser ouvidos”, disse Binet.

“Estamos dizendo a mesma coisa há meses e ninguém se importa. Isso está começando a ficar cansativo”, acrescentou.

Ela citou a necessidade de abordar e resolver questões que vão desde a compensação justa dos trabalhadores por horas extras, a desistência de planos de férias, a busca de creches extras e o pagamento de moradia na região de Paris durante os Jogos, quando se espera que os custos de acomodação sejam muito altos.

A partir do final de julho - no meio da temporada de férias nacionais - as Olimpíadas provavelmente aumentarão a pressão sobre a força de trabalho de Paris, que já está sobrecarregada por ameaças crescentes à segurança e falta crônica de pessoal nos hospitais e na rede de transporte.

O ministro do Interior da França ofereceu aos policiais bônus de até 1.900 euros (US$ 2.069,86) para trabalharem durante os Jogos.

“Por que os outros trabalhadores do setor público não podem ter os mesmos bônus? […]. Existe uma hierarquia entre a Polícia e os trabalhadores dos hospitais?”, questionou Binet.

“Como você acha que os hospitais funcionarão durante os Jogos? São esperados milhões de visitantes extras em Paris e não há recursos adicionais alocados para os hospitais da região de Paris”, acrescentou a diretora do sindicato.

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