Ministro diz que a Copa não é o foco das manifestações pelo país

Publicado em 15/05/2014 - 15:37 Por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil - Brasília

 

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, participa de audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado.(Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, participou de audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado.Antonio Cruz/Agência Brasil

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse hoje (15) que não há como caracterizar as manifestações que estão acontecendo pelo país como sendo contra a Copa do Mundo. Rebelo participou de audiência pública da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, para apresentar as diretrizes do ministério para 2014.

Segundo o ministro, as manifestações trazem reivindicações específicas de determinadas categorias. “Geralmente as manifestações são mais a favor de alguma coisa, da moradia, do ensino público, da segurança, do transporte. Não sei por que transformar manifestações de reivindicações em manifestação contra a Copa e o governo”, disse, acrescentando que aquelas que se tornarem violentas serão coibidas.

Hoje, movimentos sociais e ativistas convocaram o Dia Internacional de Lutas contra a Copa, intitulado 15M. Eles apontam violações de direitos humanos ocorridas durante a preparação das cidades-sede do Mundial e cobram medidas como o reassentamento de famílias que foram removidas, a garantia de moradia digna, medidas contra a exploração sexual de crianças e adolescentes. 

Durante a preparação da Copa, também a Fifa e parte da mídia internacional criticaram a organização do evento. O ministro afirmou, entretanto, que esses questionamentos são "normais" e que eles têm sido respondidos por meio de notas de esclarecimentos.

“Em determinados momentos o país é alvo de críticas, principalmente quando há coisas importantes em disputa. Eu lembrei o caso do Código Florestal, quando o país, o Congresso, o governo, todos os que queriam uma legislação que protegesse o meio ambiente e a agricultura, todos foram alvo de pressões internas e externas. Acho que o Brasil, naturalmente como a sétima economia do planeta, em um mundo que vive dificuldades econômicas, o Brasil incomoda e, às vezes, acho que isso exacerba os rumores sobre ao país”, disse Rebelo.

Para Rebelo, os grandes eventos esportivos são uma oportunidade para o país que os realiza, não só na área econômica, mas também na projeção da imagem, influência e poder do país. Rebelo argumentou que a Alemanha e a África do Sul também usaram a Copa para se desfazer das imagens de eventos históricos, como o nazismo e o apartheid. Segundo ele, a Fifa e a Organização das Nações Unidas (ONU) também querem usar o alcance e a dimensão do Mundial na luta pela paz e contra o racismo.

Edição: Helena Martins

Últimas notícias