Turquia não aceita que milícias curdas participem de negociações sobre Síria

O governo da Turquia classificou hoje (19) de "inaceitável" qualquer presença de milícias curdas em futuras negociações de paz para a Síria, em guerra civil desde 2011. As informação é da agência espanhola de notícias EFE.

Após uma reunião com chanceleres do Irã e da Rússia em Antália, o ministro de Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, ressaltou que seu país continua sendo "sensível" à presença dessas milícias, segundo informa a agência de notícias Anadolu.

Çavusoglu se encontrou com o russo Sergei Lavrov e o iraniano Mohammad Javad Zarif para preparar a cúpula dos presidentes dos três países em Sochi, na Rússia, na próxima quarta-feira (22).

Os presidentes turco, Recep Tayyip Erdogan, e russo, Vladimir Putin, que já se reuniram na segunda-feira passada em Sochi, voltarão a se encontrar nessa mesma cidade para abordar o conflito sírio. Também participará do encontro o presidente do Irã, Hassan Rohani.

Um ponto tenso continua sendo o possível envolvimento das milícias curdas unidades de Proteção do Povo (YPG) e sua ala política, o Partido da União Democrática (PYD), em futuras negociações de paz.

O governo turco considera ambos grupos como integrantes do ilegal Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda da Turquia, declarada terrorista também pela União Europeia e os Estados Unidos.

"Nossa sensibilidade a respeito das YPG e do PYD é óbvia. Comunicamos a nossos interlocutores, não só aqui, mas também às margens das reuniões em Genebra, que para nós é inaceitável que participem de um encontro", destacou o ministro turco.

Já Çavusoglu elogiou a boa colaboração com a Rússia desde os acordos assinados em Astana, no Cazaquistão, no último mês de setembro.

"Avançamos muito, estabelecendo zonas de distensão e de aplicação de cessar-fogo. A situação no terreno é muito melhor que há um ano", garantiu o ministro turco.

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