Croácia comemora entrada na Zona do Euro e no Espaço Schengen

A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula Von der Leyen, comemorou hoje (1º) a entrada da Croácia na Zona do Euro com o primeiro-ministro do país, Andrej Plenkovic, em Zagrebe, capital croata.

Eles tomaram um café na praça central Ban Jelacic, que o anfitrião pagou em euros, segundo a Agência Efe.

Von der Leyen e Plenkovic foram acompanhados pelo ministro das Finanças da Croácia, Marko Primorac, pelo governador do Banco Nacional, Boris Vujcic, pela comissária europeia para a Democracia, Dubravka Suica, e outros representantes croatas.

A presidente da CE já tinha comemorado a entrada da Croácia no Espaço Schengen, de livre circulação, ao atravessar a fronteira do país com a Eslovênia,

"Hoje é um dia de alegria e orgulho", não apenas para o povo croata, mas "para todos os cidadãos da Europa", disse Von der Leyen ao felicitar a dupla adesão do país. 

Plenkovic recorreu à plataforma social Twitter para falar em "dia histórico para a Croácia".

"Somos o primeiro país a aderir ao Schengen e à Zona do Euro no mesmo dia. Os automóveis passam hoje a fronteira sem formalidades ou controle, e com a adoção do euro os nossos cidadãos e a economia estão bem protegidos contra a crise", escreveu.

A Croácia é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde 2009 e da União Europeia desde 2013.

O país torna-se o vigésimo da União Europeia a partilhar a moeda única e a integrar o Espaço Schengen de livre circulação.

Também a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, celebrou as adesões.

Em mensagem de Ano Novo, a líder do BCE destacou que a Croácia "tem demonstrado empenho incrível em cada passo para se juntar à família do euro" e acrescentou que ter o país é "verdadeira alegria".

A Croácia abandonou assim sua moeda nacional, a kuna, tendo a taxa de conversão sido fixada em 7,5345 kunas por euro.

Segundo o BCE, até o final de 2023, todos os bens e serviços têm de ser indicados em kunas e em euros. Durante duas semanas após a introdução do euro, tanto kunas quanto euros (moedas e notas) têm de ser aceitos como meio de pagamento.

Em 2022, a moeda única celebrou 20 anos de circulação física. Desde 1999 o euro já circulava como divisa nos mercados financeiros, mas só em 1º de janeiro de 2002 chegou ao bolso dos consumidores.

A adesão ao euro significa que o Estado-membro da UE tem de cumprir compromissos econômicos e financeiros, casos de inflação baixa e finanças públicas sólidas.

A Croácia tem 4 milhões de habitantes e importante setor turístico. Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita (por habitante) ficou 30% abaixo da média da UE (em 2021, o de Portugal foi 26% abaixo da média comunitária).

Apesar dos benefícios que economistas estimam na adesão ao euro, já que a maioria do comércio externo é com países da Zona do Euro, os habitantes temem que a adoção da moeda aumente ainda mais o preço dos produtos e serviços. Em novembro, a taxa de inflação da Croácia foi de 13,5%.

A Croácia viveu em guerra entre 1991 e 1995, após a declaração da independência da Iugoslávia. O país pediu adesão à UE em 2003 e aderiu em 1º de julho de 2013.

O Espaço Schengen permite a 420 milhões de pessoas viajarem livremente entre os países-membros da União Europeia sem passar por controles fronteiriços.

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