Novo premiê britânico anuncia fim de deportação para Ruanda

Foi o primeiro grande anúncio político desde que foi eleito

Publicado em 06/07/2024 - 13:55 Por Andrew MacAskill e Sachin Ravikumar - Repórteres da Reuters - Londres

O novo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse neste sábado (6) que acabará com o plano polêmico de enviar milhares de requerentes de asilo no Reino Unido para Ruanda, em seu primeiro grande anúncio político desde que obteve uma vitória eleitoral esmagadora.

O governo conservador anterior anunciou, pela primeira vez, o plano em 2022 para enviar os imigrantes que chegaram ao Reino Unido sem permissão para a nação da África Oriental, dizendo que isso acabaria com os requerentes de asilo que chegam em pequenos barcos.

Mas ninguém foi enviado para Ruanda devido a anos de contestações legais.

Em sua primeira entrevista desde que foi eleito, Starmer afirmou que a política sobre Ruanda será descartada porque apenas cerca de 1% dos solicitantes de asilo teria sido removido e não teria funcionado como impeditivo.

"O esquema de Ruanda estava morto e enterrado antes de começar. Ele nunca foi um impedimento", disse o novo premiê. "Não estou preparado para continuar com artifícios que não funcionam como um impeditivo."

Keir Starmer conquistou uma das significativas maiorias parlamentares da história moderna do Reino Unido nessa sexta-feira, tornando-se o líder britânico mais poderoso desde o ex-primeiro-ministro Tony Blair. Ele enfrenta uma série de desafios, incluindo a melhoria dos serviços públicos e a recuperação de uma economia fraca.

Na entrevista em Downing Street, Starmer respondeu a cerca de uma dúzia de perguntas e foi questionado várias vezes sobre como e quando começaria a cumprir suas promessas de resolver os problemas do país, mas deu poucos detalhes sobre o que planeja.

Perguntado se estava disposto a tomar decisões difíceis e a aumentar os impostos, se necessário, ele afirmou que seu governo identificará os problemas e agirá em áreas como o enfrentamento de um sistema prisional sobrecarregado e a redução dos longos tempos de espera para usar o serviço de saúde estatal.

"Teremos que tomar as decisões difíceis e tomá-las cedo, e o faremos. Faremos isso com uma honestidade crua", disse. "Mas isso não é uma espécie de prelúdio para dizer que há alguma decisão tributária sobre a qual não falamos antes."

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