logo Agência Brasil
Cultura

Egbé Mostra de Cinema Negro estreia em Aracaju nesta terça (12)

Tema desta edição da mostra traz o conceito africano de Sankofa
Baixar
Joana Côrtes - repórter da Rádio Nacional
12/11/2024 - 07:15
São Paulo
A prévia da oitava edição da Ebé Mostra de Cinema Negro.
© Foto: Divulgação Égbe - Mostra de Cinema

A prévia da oitava edição da Egbé Mostra de Cinema Negro estreia nesta terça-feira (12), em Aracaju, trazendo histórias negras filmadas por diretoras e diretores negros brasileiros.

Até 29 de novembro, 25 curtas vão exibir a diversidade afrobrasileira pelas lentes de pessoas negras para o público da capital sergipana.

Os filmes falam de memória, maternidades, afro-religiosidades, afetividades e juventudes negras. Entre os curtas-metragens de onze estados brasileiros, estão produções audiovisuais de Sergipe, Amazonas, Maranhão e Santa Catarina.

Produtor executivo da mostra, o sergipano João Brasil, destaca que o tema desta edição da mostra traz o conceito africano de Sankofa, ou seja, retornar ao passado para entender o presente e construir o futuro.

“É importante a gente trazer e circular esses filmes, como também circular os nossos filmes. Fazer com que a população sergipana conheça os cineastas negros e negras que temos aqui em Sergipe”.

Com co-direção da sergipana e antrópologa Yérsia Assis, o filme De tudo um pouco sabia costurar, conta a história da tia-avó da diretora, dona Carmem. Com quase 100 anos, ela narra as memórias negras como costureira revelando caminhos e segredos do território sergipano.

“O cinema negro tem disputado o espaço, não só de narrativas, de construção de personagens, mas também de infraestrutura, no sentido de quem realiza esse cinema, como tá realizando, quais são as intenções. Então, de algum modo, acho que essa rubrica, essa identidade do cinema negro brasileiro vem com uma disputa. A gente disputa o tempo presente, mas também disputa o que vai ser uma memória, um acervo de futuro”.

Diretora do curta Ewé de Òsányìn: o segredo das folhas, a cineasta Pâmela Peregrino rodou entre Alagoas e Bahia, para fazer uma animação infantil sobre Òsányìn, o Orisà das folhas, que apresenta o poder das plantas e a importância da preservação ambiental.

“O que categoriza ser um cinema negro é a produção, o ponto de vista específico de pessoas negras sobre elas mesmas. Ou sobre sua coletividade. Sua ancestralidade. É a oportunidade da pessoa negra falar de si, falar da sua comunidade, da sua história. Então, acho que tem essa junção, de quem produz e o conteúdo que é produzido”.

Os filmes da mostra Egbé também podem ser vistos até 24 de novembro em formato online pela plataforma ubuplay.com.