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G20: ministro diz que Brasil vai exigir reforma na governança global

Para Pimenta a ONU criada pós II Guerra não responde desafios atuais
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Daniel Ito
16/11/2024 - 14:11
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 16/11/2024 - Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Presidência da República, Paulo Pimenta, durante fala no estande da EBC no G20. Frame: Canal Gov/Divulgação
© Canal Gov/Divulgação

Os fóruns da ONU, a Organização das Nações Unidas, têm se mostrado “insuficientes” para decidir sobre os assuntos de interesse mundial. Essa é a análise do governo do Brasil, que pretende intensificar as discussões sobre uma reforma na governança global dentro da Cúpula de Líderes do G20.

Na segunda (18) e na terça-feira (19), o Rio de Janeiro vai receber os presidentes das 19 maiores economias do mundo, mais a União Africana e a União Europeia, além de países convidados. Para o ministro Paulo Pimenta, que comanda a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, é preciso que os países em desenvolvimento tenham uma influência maior nas decisões de interesse internacional.

" É possível imaginar discutir o futuro da humanidade sem que a África tenha um espaço de relevância? A América Latina, como um todo, tenha um espaço de relevância? É evidente que não. Nós temos um mundo cada vez mais com a riqueza concentrada, e cada vez mais regiões inteiras do planeta convivendo com a fome, com a miséria e com a injustiça. Praticamente todos os países do mundo estão a exigir uma revisão disso que foi uma espécie de acordo do pós Segunda Guerra Mundial.”

Pimenta também lembrou que algumas das guerras que ocorrem hoje no mundo têm participação direta dos países que compõem o Conselho de Segurança da ONU, que não tem sido capaz de impedir esses conflitos.

O ministro da Secom concedeu a entrevista na manhã deste sábado (16), no Rio de Janeiro, em um dos estúdios montados pela EBC no G20 Social. O evento, que antecede a Cúpula de Líderes, é uma iniciativa inédita promovida pelo Brasil, que ocupa neste ano a presidência do bloco econômico.

Pimenta destacou que durante o G20 Social, representantes da sociedade civil de vários países tiveram a oportunidade de discutir os grandes temas e de enviar propostas concretas para serem analisadas pelos líderes mundiais.

“E as contribuições desses debates que estão ocorrendo vão chegar até a mesa principal da Cúpula. Discutindo exatamente o quê? Os temas do G20. O combate à fome. Uma nova governança mundial. O tema da transição energética. E é a taxação dos super ricos para que a gente busque formas de financiamento das políticas de combate à fome, a criação da Aliança Global contra a Fome.”

O presidente Lula será o responsável por levar a Declaração Final do G20 Social para a Cúpula de Líderes, na semana que vem.

O ministro Paulo Pimenta também lembrou que o Brasil tem a missão de garantir a segurança de todos os chefes de Estado que estão vindo ao Rio de Janeiro, além das milhares de pessoas que passam pela cidade durante o G20 Social. Para ele, o atentado ao STF, na última quarta-feira (13), foi uma tentativa da extrema-direita de colocar em dúvida a realização desses eventos.

“Foi encontrado já uma grande quantidade de explosivos na casa que ele alugou em Brasília, no trailer que ele alugou, no carro dele. Mas isso em nada interferiu. Acho que até um dos objetivos dos criminosos era, de alguma forma, manchar o sucesso do G20. Mas eles não tiveram esse êxito.”

Os líderes mundiais que vão participar da Cúpula do G20 já começaram a desembarcar no Rio de Janeiro, desde as primeiras horas da manhã deste sábado.