Fevereiro de 2004. Uma violenta rebelião seguida de um golpe de Estado derruba o então presidente do Haiti, Jean Aristide. Após poucos meses, o conselho de segurança da ONU instala uma missão de paz, liderada pelo Brasil, para tentar estabilizar o país.
Treze anos depois, a Minustah, como foi chamada a missão, chega ao fim nesta quinta-feira. Mais de trinta e cinco mil militares brasileiros estiveram em território haitiano atuando em atendimentos de saúde, combate ao crime, obras de infraestrutura e segurança de eleições.
Quando assumiu a missão, o Brasil tinha em vista conseguir uma cadeira no conselho de segurança da ONU. O professor Pio Penta, da faculdade de relações internacionais da Universidade de Brasília faz um balanço.
Em janeiro de 2010 o país foi atingido por um terremoto de magnitude 7, deixando mais de 200 mil pessoas feridas e 1 milhão de meio de desalojados. O terremoto foi seguido de uma epidemia de cólera. Mesmo assim, o professor avalia que a situação no Haiti está melhor.
Outra dificuldade que a missão de paz enfrentou foram as acusações de crimes cometidos por militares contra a população haitiana, princialmente, casos de abuso sexual. De acordo ONU, cerca de mil casos foram relatados nesses treze anos.
A Minustah será substituída por missão da ONU de apoio à Justiça no Haiti, com o objetivo de fortalecer as instituições de governo. O Haiti foi a primeira república negra do mundo a declarar sua independência. Hoje, a expectativa de vida no país é de 63 anos, 40% da população é analfabeta e 21 porcento das crianças ainda trabalham.
* Matéria atualizada às 19h53 para acréscimo de informações e inserção de sonora.