Os analistas do mercado financeiro apostam num aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, na próxima reunião do Copom, que acontece nesta terça e quarta-feira. A previsão é que a taxa básica de juros feche o ano em 12% ao ano, segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.
O aumento veio depois de quase dois meses, período em que a expectativa foi de 11,75%.
A projeção para a inflação subiu novamente. Para os analistas, o IPCA, que é o índice oficial de inflação, deve chegar a 4,84% no fim de 2024.
O Boletim Focus prevê um crescimento forte da economia neste ano, quase 3,4%, acima do previsto pelo Ministério da Fazenda.
Mesmo com os juros elevados, as expectativas de inflação continuam subindo e a economia aquecida.
Segundo o economista Newton Marques, do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, apesar da pouca eficácia, aumentar a Selic é a forma do Banco Central responder à alta dos preços.
Se por acaso ele não buscar uma forma de reverter as expectativas ele acaba sendo penalizado e sendo punido por omissão. Então por isso é que o Banco Central acaba tomando essas medidas mesmo que ela não seja eficaz conforme já foi observado em vários momentos. Mas sempre é uma resposta ao mercado financeiro para tentar reverter essa expectativas.
O dólar está entre os principais fatores sobre a alta da inflação. O professor de Economia da PUC do Rio Grande do Sul, Aldamir Marquetti, explica que a Selic atua no dinamismo da economia e na retenção de dólares no país. Só que as incertezas no exterior reduzem esse efeito, por isso o Banco Central poderia usar outras estratégias.
Para reduzir a desvalorização cambial ou mesmo provocar alguma valorização cambial do real frente ao dólar nos próximos meses e com isso reduzir as pressões inflacionárias que advém da desvalorização do Real frente ao dólar.
Segundo o Boletim Focus, o dólar deve terminar o ano valendo R$ 5,95.