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Argentina tem muito a ensinar ao Brasil sobre leitura, diz editor de livros

Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 03/09/2015 - 17:28
Rio de Janeiro
A diretora-geral de assuntos culturais do Ministério de Relações Exteriores da Argentina, Magdalena Faillace, na abertura da 17 Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A literatura é um caminho para aumentar integração entre Brasil e Argentina, diz a diretora-geral de Assuntos
Culturais  do  Ministério de  Relações  Exteriores  da Argentina, Magdalena Faillace  Tânia Rêgo/Agência Brasil

País homenageado pela 17ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a Argentina tem muito a ensinar ao Brasil sobre leitura, afirmou hoje (3) o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snels), Marcos Pereira, primeiro a discursar na abertura do evento.

"No campo da leitura, temos muito a aprender com nossos vizinhos, cujo índice de leitura por pessoa supera, e muito, os nossos", disse Pereira. Ele lembrou que Buenos Aires, capital argentina, é a cidade com mais livrarias por habitante do mundo.

Segundo Pereira, o ano de 2015 tem sido movimentado para o mercado editorial, com o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) em que foi proibida a censura prévia a biografias não autorizadas e a discussão, no Congresso Nacional, do projeto que estipula preço único para livros. Pereira disse que, no momento, é motivo de preocupação no setor o cancelamento de programas de aquisição de livros para bibliotecas estaduais e municipais, além da redução de verba do governo federal para o Programa Nacional de Bibliotecas na Escola e para o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa.

A diretora-geral de assuntos culturais do Ministério de Relações Exteriores da Argentina, embaixadora Magdalena Faillace, que também participou da abertura, afirmou que a literatura é um caminho para aumentar a integração com o Brasil.

"A integração cultural é fundamental para que se fortaleçam os laços comerciais e políticos dos países, para que se celebre tudo que temos em comum", disse Magdalena. "Nesse mundo multipolar, estão ocorrendo coisas horríveis e devemos estar fortemente unidos", ressaltou.

Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, homenageado na 17 Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, participa da abertura no Riocentro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Ao lado da família e de dois de seus personagens mais famosos,  Mônica  e Cebolinha, o desenhista Maurício de Sousa agradece homenagem e diz que sua obra ajudou na alfabetização de crianças Tânia Rêgo/Agência Brasil

Homenageado com o Prêmio José Olímpio, o desenhista Maurício de Souza foi ovacionado ao subir ao palco da cerimônia, ao lado de parentes e de atores fantasiados de Mônica e Cebolinha, seus personagens mais famosos. Souza destacou o papel de sua obra na alfabetização de crianças em todo o país. "Nossos gibis fazem parte de uma coleção de cartilhas informais que alfabetizam milhões de crianças há muito tempo."

O representante do governo federal na abertura da bienal, secretário executivo do Plano Nacional do Livro e da Leitura, José Castilho, parabenizou autores, editores e outros profissionais pela realização do evento e destacou que o Brasil ainda tem muito a avançar na formação de novos leitores. "Vinte e cinco por cento da população alfabetizada é leitora plena. Temos 75% a conquistar como leitores nesse nosso imenso e diversificado país", afirmou.