Os esforços globais de imunização têm sido fundamentais, salvando aproximadamente 154 milhões de vidas nos últimos 50 anos, conforme indicado por um estudo conduzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), revelado recentemente. A grande maioria dessas vidas preservadas, cerca de 101 milhões, pertence a bebês.
Entre as 14 vacinas analisadas, a imunização contra o sarampo se destaca como a mais impactante na redução da mortalidade infantil, contribuindo com 60% das vidas salvas.
O estudo também ressalta que ao longo dessas cinco décadas, a imunização contra 14 doenças, como meningite, hepatite, poliomielite, tétano e febre amarela, teve um papel direto na diminuição da mortalidade infantil em 40% globalmente e mais de 50% na África.
De acordo com a OMS, esses dados destacam a importância de proteger os avanços da vacinação em todos os países e de intensificar os esforços para alcançar os 67 milhões de crianças que não receberam uma ou mais vacinas durante os anos da pandemia. Em 2022, ainda existiam 33 milhões de crianças que não haviam tomado sequer uma dose da vacina contra o sarampo.
Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, destaca que no Brasil, as vacinas têm sido responsáveis por um aumento de 30 anos na expectativa de vida da população. Ele enfatiza que a imunização contra diversas doenças desempenha um papel crucial em países como o nosso, que ainda enfrentam desafios relacionados ao saneamento, urbanização e assistência à saúde.
Além disso, o estudo da OMS sugere que o número de vidas salvas devido à vacinação é uma estimativa conservadora e pode ser ainda maior, considerando que atualmente existem vacinas para proteger contra mais de 30 doenças. Ademais, os impactos sociais, econômicos ou educacionais na saúde e no bem-estar ao longo desses 50 anos também contribuíram para reduções significativas da mortalidade.