Líder das Farc desiste de candidatura presidencial por problemas de saúde

Publicado em 08/03/2018 - 13:43 Por Da Agência EFE - Bogotá

Iván Márquez, um dos líderes das Farc (Inaldo Perez/ Reuters)

Iván Márquez, da Farc, anunciou a desistência da candidatura de TimochenkoInaldo Perez/ Reuters/Arquivo

O candidato presidencial da Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc), partido político que sucedeu a guerrilha de mesma sigla, Rodrigo Londoño, conhecido pelo codinome de "Timochenko" durante sua época como guerrilheiro, desistiu da disputa devido aos seus problemas de saúde. A informação é da EFE.

O segundo em comando do partido da antiga guerrilha, Iván Márquez, se referiu nesta quinta-feira (8) à cirurgia de coração à qual Londoño foi submetido ontem em Bogotá e disse que essas circunstâncias e a suposta falta de garantias políticas os obrigaram a retirar-se da corrida presidencial.

"Circunstâncias amplamente conhecidas pela opinião pública sobre o processo de recuperação do nosso candidato 'Timo', após a cirurgia praticada no dia de ontem, unidas às já assinaladas sobre as características da disputa eleitoral, nos levaram a declinar de nossa aspiração presidencial", declarou Márquez.

Após a retirada do nome de Londoño, as Farc não apresentarão outro candidato presidencial para as eleições do próximo dia 27 de maio, apesar de legalmente estarem dentro do prazo para substitui-lo.

Pedras e ovos

 

residente da Colômbia e líder das Farc assinam acordo de paz

Presidente da Colômbia e o líder das Farc ,Timochenko, assinam acordo de paz em novembro de 2016 Agência Lusa/EPA, Ricardo Maldonado/Arquivo

Londoño, que em 24 de novembro de 2016 assinou o acordo de paz com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, tinha anunciado no final de 2017 que seria o primeiro candidato da antiga guerrilha à presidência, em uma chapa formada com a ativista sindical Imelda Daza.

"Agradecemos a 'Timo' e a Imelda por terem aceitado a nossa postulação, conhecedores ambos dos limites estruturais que têm as forças alternativas para o exercício da política e da participação eleitoral", acrescentou Márquez na leitura de um comunicado.

O segundo em comando das Farc, que é candidato ao Senado nas eleições legislativas do próximo domingo, reiterou que a antiga guerrilha encontrou muitas dificuldades em sua passagem à política e disse que essa é outra razão pela qual se retiram da corrida pela Presidência.

Márquez se referiu especialmente às agressões com pedras e ovos que Londoño sofreu quando tentava fazer comícios em pelo menos três cidades do país, o que os levou a suspender sua campanha no último dia 9 de fevereiro.

Candidato presidencial da Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc), partido político que sucedeu a guerrilha de mesma sigla, Rodrigo Londo o

Rodrigo Londoño, ex-candidato presidencial da Farc REUTERS/Jaime Saldarriaga

"Nos vimos obrigados a uma suspensão temporária da campanha pela ausência de garantias e, particularmente, pelos ataques de que foi alvo o nosso candidato presidencial", lamentou Márquez.
Segundo ele, essas agressões puseram em perigo a integridade física de Londoño, e acrescentou que os "levaram a pensar que se poderia estar forjando um magnicídio (assassínio de pessoa ilustre)".

Apesar da retirada do candidato presidencial, o representante das Farc pediu votos no próximo domingo para as listas desse partido e assegurou que sua bancada no Congresso será "robusta" e "trabalhará sem descanso pelos propósitos da paz democrática com justiça social".

Pelo acordo de paz, o partido Farc têm garantidos por dois períodos consecutivos cinco senadores e cinco representantes na Câmara, independentemente do número de votos que obtenham no domingo.

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