Acordo pode adiar votação do projeto da terceirização, diz líder do governo

Publicado em 15/04/2015 - 13:00 Por Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Diante do empenho do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em votar ainda hoje (15) todos os destaques feitos ao projeto de lei que regulamenta a terceirização no Brasil, líderes da Casa começaram a se articular para adiar a discussão. A base governista foi a primeira a bater à porta de Cunha para pedir a reconsideração do prazo para que a matéria seja apreciada.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães, fala à imprensa após reunião com os líderes da base e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

José Guimarães diz que votação do projeto deve ser adiada, mesmo com discordância do presidente da Câmara,  Eduardo  Cunha   Arquivo/Agência Brasil

“O presidente, de imediato, disse que não concorda, mas vai ouvir os líderes da oposição”, informou o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE). O parlamentar destacou que a base aliada já entrou em consenso sobre o adiamento do projeto. “Em uma hora como esta, o bom senso indica o caminho da negociação e do diálogo. Ele [Cunha] quer votar porque [acredita que o texto] está maduro. Eu vim em nome do governo propor uma saída.”

Guimarães alertou para a mudança de posição das bancadas e disse que o PSDB compartilha da mesma postura do governo. O líder lembrou da votação de ontem (14), quando, por 360 votos a 47, os deputados decidiram acatar o destaque do PSDB que retira a possibilidade de empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias e controladas, no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, aplicarem as regras que constavam no texto-base aprovado na semana passada.

“As bancadas estão mudando de posição. Ontem foi um exemplo de que não é a terra do tudo ou nada. Quando se parte para esse caminho, dá 0 a 0 e prejudicamos a economia do país, os trabalhadores e os empresários. Por que não construir um texto de consenso entre trabalhadores e empresários? Não pode ser uma lei para atender só um lado”, ponderou.

No início da manhã, Cunha avaliou o que houve como “confusão e pouco entendimento” e apelou para a retomada do rumo no plenário. “O plenário estava perdendo o rumo. É importante que volte ao rumo. A parte do governo já está convencida. Preservar a contribuição previdenciária sem aumentar a carga tributária. Precisa agora resolver se mantém ou se retira o conceito de atividade meio e fim”, explicou.

Edição: Marcos Chagas

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