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Alexandre de Moraes mantém validade de delação premiada de Mauro Cid

Para ministro ex-ajudante de ordens de Bolsonaro esclareceu omissões
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Daniella Longuinho
21/11/2024 - 19:47
Brasília
Brasília (DF) 21/11/2024 - Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro,  deixando STF após depoimento.
Foto: Felipe Sampaio/STF
© Felipe Sampaio/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), confirmou a validade da colaboração premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Mauro Cid prestou novo depoimento a Moraes nesta quinta-feira (21). Após três horas de audiência, o ministro considerou que ele esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal durante depoimento realizado na última terça-feira (19).  

Na ocasião, Mauro Cid negou à PF ter conhecimento do plano golpista para matar o presidente Lula, o vice-presidente, Geraldo Alckmin e Moraes.

Contudo, de acordo com as investigações da Operação Contragolpe, deflagrada também na terça, uma das reuniões da trama golpista foi realizada na casa do ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro,  general Braga Netto, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022, e teve a participação de Mauro Cid.

Em entrevista na saída do STF, o advogado Cezar Bittencourt, que representa o ex-ajudante de ordens, disse que os benefícios da delação premiada foram mantidos e que os esclarecimentos solicitados foram prestados pelo tenente-coronel.

"Tudo como antes no quartel de Abrantes. Tudo bem. Mantida a delação. Não teve omissões. Ele explicou e deu a satisfação, complementação, repetindo as mesmas coisas que tinha dito."

O depoimento foi enviado de volta à PF para complementação das investigações. O militar foi preso em maio do ano passado, no inquérito que investiga a inserção de dados falsos de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde.

Além disso, ele é investigado pelo esquema de venda de joias entregues ao ex-presidente por autoridades estrangeiras, e ainda pela tentativa de golpe de Estado de membros do alto escalão do governo Bolsonaro.

Em setembro de 2023, Cid foi solto após acordo de delação premiada homologado por Moraes. Mauro Cid é um dos 37 indiciados pela PF no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Lula. 

* com informações da Agência Brasil