Em pleno Dia da Consciência Negra, dentro do estádio do Vasco, primeiro clube a abrir as portas aos negros no futebol, o goleiro Hugo Souza, do Flamengo, diz ter sido vítima de uma ofensa racial.
"Na verdade, eu não consegui identificar. Foi mais de uma vez, mas não consegui identificar se foi um ou mais de um. O que importa é que aconteceu e nós não podemos admitir isso".
O grito de macaco, segundo Hugo, aconteceu no final do jogo da decisão do Campeonato Carioca Sub-20, disputado por Flamengo e Vasco em São Januário.
"É inadmissível, inacreditável. Porque o Vasco é uma grande equipe, é um time gigante e merece o respeito de todo mundo. Ter torcedores com uma atitude como essa é inadmissível, não conhecem a história do clube. Mas fico feliz por mais um título. A gente responde dentro de campo, na bola".
O Vasco se pronunciou em nota na noite desta quarta-feira, e afirmou que os seguranças que trabalharam nas Sociais, área de onde o goleiro disse ter ouvido a ofensa, não relataram qualquer insulto – assim como torcedores que estiveram no local e fizeram declarações em redes sociais. O time também alegou que o próprio atleta não conseguiu indicar, com precisão, de onde veio o insulto ou quem seria o autor da injúria racial.
Por fim, informa que o tema é “extremamente caro” ao Vasco, e que o time sempre foi pioneiro no combate à intolerância racial, o que seria motivo de orgulho para o clube e para a torcida. E que, portanto, o Vasco não compactua com esse tipo de atitude.
A partida Flamengo e Vasco terminou empatada em um a um, com o Flamengo sagrando-se bicampeão carioca sub-20. O time carioca também está na final do Brasileirão sub-20 contra o Palmeiras.