Joan Miró demonstrou o gosto pela pintura muito cedo. Mas, pressionado pela família, teve que abandonar, aos 14 anos, a Escola de Belas Artes de Barcelona.
O pai o obrigou a se empregar como guarda-livros dizendo que ele precisava começar a planejar o próprio sustento. A pressão e a rotina burocrática do trabalho pesaram tanto que o jovem entrou em depressão. Enquanto se convalescia, nas montanhas da Catalunha, Miró decidiu, apesar da resistência do pai, levar adiante o projeto de ser artista.
Retornou para Barcelona e passou a frequentar o ateliê de Francisco Gali, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris. Em fevereiro de 1918 realizou sua primeira exposição individual em Barcelona. Eram paisagens, retratos e nus. Com 26 anos, em 1919, viajou para Paris. Lá se tornou amigo de Picasso, e conheceu vários artistas surrealistas, entre eles, André Breton.
Neste período, Miró enfrentou dificuldades para vender suas telas. Passou fome, e segundo relatos, tentava aproveitar as alucinações que a falta de comida lhe dava pintando novos quadros. As obras surrealistas consideradas mais importantes são “O carnaval de Arlequim” e “Maternidade”, produzidas em 1924. No ano seguinte, Joan Miró participou da primeira exposição de arte surrealista.
O primeiro contrato, com o negociante de quadros Jacques Viot, só ocorreu em 1928. A partir daí, os tempos de penúria extrema mudaram. Casou-se com Pilar Juncosa, em 1929. Tiveram uma única filha, Dolores.
Nesta fase, Miró levou uma vida sossegada, dedicado integralmente à família e à arte, até a Guerra Civil Espanhola. Contrariado, teve que trocar novamente a Espanha pela França, mas, participou ativamente da luta pela liberdade de seu país. Pintou cartazes de propaganda política e idealizou o painel "O Ceifeiro", que seria apresentado ao lado do célebre "Guernica", de Pablo Picasso, no pavilhão espanhol da Exposição Internacional de Paris.
Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, Miró deixou novamente a França, e retornou à Espanha. São desse período algumas de suas obras mais famosas, as que compõem a série "Constelações". Após a Segunda Guerra Mundial, Miró já era conhecido no mundo todo. Em 1954, recebeu um prêmio de gravura na Bienal de Veneza, e o mural que realizou para um prédio da UNESCO em Paris ganhou, quatro anos mais tarde, o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim.
Em 1980, Miró recebeu uma Medalha de Ouro de Belas Artes do rei Juan Carlos. I. O pintor morreu aos 90 anos, em 25 de dezembro de 1983, na cidade de Palma de Maiorca, na Espanha.