Há 51 anos morreu um dos mais belos talentos da literatura brasileira, Cecília Meireles, a pastora de nuvens. Carioca do bairro da Tijuca, zona norte do Rio de janeiro, teve a infância marcada pela dor e solidão. Ficou órfã de mãe muito cedo e acabou sendo criada por sua avó materna, Dona Jacinta. O interesse pela literatura despertou prematuramente na vida daquela menina. Aos 9 anos, começou a escrever poesias; aos 18, Cecília publicou o primeiro livro: “Espectro” - uma coleção de 17 sonetos.
Ela se casou em 1922 com Fernando Correia, um artista plástico português. Com ele, teve suas “Três Marias”: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda. O marido cometeu suicídio 13 anos depois. Cecília voltou a se casar cinco anos mais tarde com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
As duas grandes paixões de Cecília Meireles eram a educação e a poesia. Além de ser especialista em educação primária, ela deu aulas de literatura na universidade do Rio de Janeiro. Cecília adorava viajar. Por dois lugares tinha um carinho especial: Portugal e Índia. O Oriente ocupa um lugar central na geografia poética de Cecília Meireles, com uma dedicação amorosa à paisagem humana da Índia. O livro “Os Poemas”, escrito na Índia, foi a primeira coletânea de poeta brasileiro editada naquele país. Cecília Meireles foi também a primeira mulher a ter um livro premiado pela Academia Brasileira de Letras com a obra “A Viagem”. Ela morreu de câncer, aos 63 anos, no entardecer do dia 9 de novembro de 1964.
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