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Cultura

Centenário de Chacrinha é marcado por homenagens de fãs, profissionais e familiares

Especial
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Dayana Vítor
30/09/2017 - 08:22
Brasília

Irreverência, alegria, palhaçadas e muito profissionalismo. Chacrinha era tudo isso e muito mais.

 

Durante décadas, ele levou diversão para a casa das pessoas. Primeiro nas rádios Clube Recife, Tupi, Guanabara e até na Rádio Nacional. Depois, foi para a TV Tupi, Bandeirantes e Globo.

 

Quase todo brasileiro acima de 40 anos lembra-se dos programas Buzina, Discoteca ou Cassino do Chacrinha e de seus bordões.

 

Se ainda estivesse vivo, hoje dia 30 de setembro, Chacrinha ou José Abelardo Barbosa de Medeiros completaria 100 anos, provavelmente ainda arrancado risos de todos ao seu redor.

 

Mas Chacrinha era sério quando precisava. Todos que trabalharam com o apresentador recordam o profissional dedicado e competente que ele era. A frente de seu tempo, preocupado com cada detalhe de seus programas. A ex-chacrete, Edilma Campos, trabalhou de 70 a 73 com Abelardo Barbosa e explica como ele era.

 

SONORA 1: Como chefe era exigente. Dava bronca quando tinha que dar, na frente de todo mundo. Não tinha essas coisas. Nos anos 70, ele tinha um pensamento dos anos 2000, ele estava sempre pensando a frente, sempre criando. Era uma pessoa que se preocupava com o público, o programa.

 

Mas a dedicação do Velho Guerreiro não era apenas com o programa, o empenho era com cada um que ajudava a levar alegria para os brasileiros. Muitos que atuaram nos programas de Chacrinha o consideravam como um pai. A ex-chacrete, Regina Magalhães, a Regina Polivalente, que trabalhou de 1985 a 1988 no Cassino do Chacrinha, é uma dessas pessoas. Ela conta que o Velho Guerreiro foi seu segundo pai.

 

SONORA 2:Tive dois pais na minha vida que me ensinaram muito. Um foi o Antônio. Uma grande parte do que aprendi na vida foi com Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Essa mulher que eu sou hoje forte, batalhadora, que venci na vida foi, graças a Deus, ao aprendizado que meus dois pais me deram.

 

O músico Sylvinho Blau Blau fez sucesso em todo o Brasil após se apresentar várias vezes nos programas Discoteca e Cassino do Chacrinha, na década de 80, com sua banda Absinto e em carreira solo. Ele tem a mesma opinião da ex-chacrete sobre o Velho Guerreiro. Para ele, Chacrinha foi o grande impulsionador da sua carreira e uma espécie de pai.

 

SONORA 3: O Chacrinha para mim foi um pai, para mim, em especial. Isso é inegável. Se até hoje, eu consigo trabalhar Brasil afora, sem dúvida nenhuma eu devo a esse programa de massa que o Chacrinha fazia. Ele fazia a gente virar uma estrela no Brasil, naquela época.

 

Um dos filhos do apresentador, o radialista, José Aurélio, o Leleco, conheceu os dois lados do Abelardo Barbosa: o de pai e profissional. Durante 30 anos, ele dirigiu o Cassino do Chacrinha. Leleco conta como um dos maiores apresentadores da TV era dentro e fora da telinha.

 

SONORA 4: O Chacrinha na televisão era aquele velho louco, palhaço que contagiava toda a comunicação brasileira, o povo brasileiro. E em casa, ele era uma pessoa totalmente tímida, recatada, e muito família e muito caseiro.


O Velho Guerreiro nasceu na cidade pernambucana de Surubim no dia 30 de setembro de 1917. Ele morreu aos 70 anos, no dia 30 de junho de 1988, por causa de um infarto e da insuficiência respiratória. Chacrinha também estava com câncer no pulmão.

 

O último programa Cassino do Chacrinha foi ao ar em 2 de julho de 1988. E em 2018, o Velho Guerreiro será o enredo da escola de samba Grande Rio.

 

A agremiação vai homenagear o centenário de grande comunicador brasileiro que jamais morrerár no imaginário dos brasileiros.

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