Expedição marítima difundiu a fotografia no século 19 e registrou primeiras fotos do Rio de Janeiro
Os 180 anos da realização das primeiras fotografias do Rio de Janeiro acabam de virar tema de uma pesquisa histórica. Para celebrar a data, o livro "O Oriental-Hydrographe e a fotografia", lançado neste mês, conta a história de uma expedição marítima intercontinental que contribuiu para a difusão da fotografia no século XIX.
A publicação relata o percurso do navio-escola francês Oriental-Hydrographe, que partiu da França, em 1839. O navio tinha um aparelho de daguerreotipia, o primeiro processo fotográfico anunciado ao grande público. A historiadora e pesquisadora carioca Maria Inez Turazzi, autora do livro, explica que além de fotos raras, a obra também faz um retrato da vida política e cultural do Rio no século XIX.
A expedição passou por nações como Portugal, Senegal, Brasil e Uruguai, naufragando em águas chilenas, em junho de 1840, sem deixar vítimas.. Ao longo do trajeto, nos países em que paravam, os viajantes iniciaram um movimento de disseminação da invenção pelo globo.
No Brasil, a expedição passou primeiro por Recife e Salvador, até aportar no Rio em janeiro de 1840. Foram feitas demonstrações públicas onde hoje é a Praça XV, no centro da capital. A primeira ação gerou repercussão nos jornais da época e foi repetida dias depois para o então jovem Pedro II, futuro imperador do país.
A expedição reforça o pioneirismo da viagem na difusão da fotografia. Segundo a autora, entre as fotos produzidas pela expedição destacam-se as demonstrações no Brasil e no Uruguai, um legado para o patrimônio cultural latino-americano e a cultura visual do nosso tempo.
A publicação é ilustrada por 160 imagens, desenhos, pinturas, mapas e algumas das primeiras fotografias dos anos 1830-1840.
O livro "O Oriental-Hydrographe e a fotografia" está disponível em versão on-line na plataforma ISSUU.