Como manda a tradição das religiões de matriz africana, no dia dois de fevereiro todos os caminhos levam ao mar.
É dia de saudar a senhora das água, considerada mãe de todas as cabeças: yemanjá. E no Rio não foi diferente. Integrantes da umbanda e do candomblé, assim como grupos de defesa da cultura negra, desde cedo participaram neste domingo dos festejos no Cais do Valongo, local histórico no centro da cidade.
O cais foi a porta de entrada no Brasil de milhares de pessoas escravizadas, trazidas da áfrica. Vestidos de branco e azul e carregando flores, todos diziam que o momento era de agradecer e renovar os pedidos de graças.
Também houve comemorações na Praça Quinze, à margem da Baía de Guanabara, reunindo integrantes e simpatizantes de todas as idades. Renato de Alcântara, padrinho do bloco afro Afoxé Ilê-Alá, um dos organizadores da homenagem, manifestou sua fé na orixá e aproveitou a data para reclamar do que chamou de “racismo religioso”.
No sincretismo, yemanjá é cultuada na igreja católica como Nossa Senhora dos Navegantes. Tradicionalmente, uma das maiores procissões do país acontece em Porto Alegre, onde o dia dedicado à santa é feriado.
A fé em Nossa Senhora dos Navegantes foi trazida ao Brasil pelos navegadores portugueses.