Superquadras de Brasília foram pensadas para serem espaços públicos, diz antropóloga
Quando desenhou o projeto urbanístico de Brasília, no começo de 1957, Lúcio Costa ficou em um dilema. Precisava descobrir um jeito de adaptar a escala monumental da estrutura administrativa, posicionada exatamente na avenida chamada de Eixo Monumental, à escala residencial, menor, mais intimista, que fica no entorno de uma outra via, o Eixo Rodoviário Norte-Sul, ou Eixão.
Foi daí que surgiu a ideia de organizar as unidades residenciais em grandes quadras de 90 mil metros quadrados, as Superquadras, como explica o próprio Lucio Costa, em uma gravação de arquivo.
Uma curiosidade é que o próprio Lucio Costa não gostava muito desse nome “superquadra”.
A antropóloga Cristina Patriota de Moura chama atenção para os prédios sobre pilotis, aquelas colunas que permitem que a gente circule livremente e transforma a superquadra em um espaço público. A pesquisadora destaca a importância de se valorizar a convivência sem obstáculos.
A construção das quadras residenciais do Plano Piloto se baseou na 308 Sul, que é a superquadra modelo.
O prefeito da SQS 308, Fernando Bassit, mora lá desde 1962. E conta as características da superquadra.
Uma curiosidade: com apenas 10 caracteres a gente consegue dar um endereço completo nas superquadras.
Duvida? Pensa aí em quem poderia morar no apartamento 202, do bloco A, da 207 Norte. Dez caracteres: SQN 207, A, 202.
Com produção de Renato Lima.