Rádio Nacional do Rio de Janeiro completa 84 anos
Presente na memória afetiva de muitos brasileiros, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro entrava no ar pela primeira vez no dia 12 de setembro de 1936. Eram nove horas da noite, quando o radialista Celso Guimarães inaugurou a transmissão, ao som de “Luar do Sertão”.
Do alto do edifício A Noite, primeiro arranha céu da América Latina, na Praça Mauá, a emissora ganhou importância a partir de 1940, quando foi incorporada à União pelo governo Getúlio Vargas. E, ao longo dos anos, se firmou como um fenômeno da cultura brasileira.
Parte do sucesso alcançado na época de ouro do rádio foi resultado de uma programação que informava, entretia e emocionava.
Talvez por isso, tenha conquistado ouvintes fiéis, como a dona Edna Jardim Torres, de 88 anos.
A popularidade ficou ainda maior depois da estreia das rádio novelas, que marcaram época. A primeira delas, em 1941, foi "Em Busca da Felicidade".
E já como a maior audiência do país, revolucionou o radiojornalismo com o famoso Repórter Esso. Na voz do jornalista Heron Domingues, o programa ganhou credibilidade e noticiou fatos históricos do Brasil e do mundo.
O caminho trilhado pela Rádio Nacional também foi diretamente influenciado pelas transmissões esportivas de momentos emocionantes, como o gol da vitória do Brasil na final da Copa do mundo de 1958.
A emissora ainda fez história com os programas de auditório, que atraiam multidões.
E depois tantos anos no ar, com mudanças e atualizações no formato e na programação, a Nacional segue conquistando novos ouvintes, como o professor e historiador Leandro Silveira, de 37 anos.
Com toda essa bagagem, a Nacional fez escola, inspirando de maneira decisiva a programação de rádios e canais de televisão, como lembra o radialista Cirilo Reis, que apresenta o Musishow, desde 1980. E com tantos anos de casa, é dele, também, a honra dos parabéns desse ano.
Testemunha da história, a Rádio Nacional cantou, encantou e uniu todo o país em uma só frequência.
E no alto dos seus 84 anos, agora instalada no bairro da Lapa, a emissora da Empresa Brasil de Comunicação resiste, com o importante papel de dar voz a população.
Com sonorização de Eduardo Monteiro