Parte do acervo de objetos sagrados das religiões de matriz africana apreendidos entre o fim do seculo 19 e metade do século 20 deve ser exposta no Museu da República no Rio de Janeiro ainda este ano.
A informação é do diretor do Museu, Mario Chagas, que participou nesta segunda-feira (19) de audiência publica realizada pelo Ministério Publico Federal para discutir o tratamento do acervo. As peças foram transferidas para a instituição em setembro do ano passado após a conclusão de um acordo com o Museu da Polícia Civil do Rio, onde estavam abrigadas.
Segundo Chagas, os objetos estão guardados na reserva técnica do museu, onde serão catalogados e documentados. Um grupo de trabalho também será criado para a gestão compartilhada do acervo, com a presença obrigatória de representantes dessas religiões. De acordo com o diretor do Museu da República, só serão expostas as peças que tiverem a autorização desses representantes.
Um dos trabalhos fundamentais será a renomeação das coleções e peças. Isso porque muitas teriam sido nomeadas com termos racistas e depreciativos do período em que essas religiões eram tratadas como crime. O acervo, que reúne mais de 500 peças sagradas, também será base para pesquisas e publicações para fins educativos.
Fabiana Sampaio - Repórter da Rádio Nacional
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