No interior do Maranhão, a história real de uma mãe, que poderia representar o sentimento universal da maternidade, vai mais além e denuncia a situação do trabalho semelhante à escravidão. A atriz Dira Paes interpreta Dona Pureza, uma mulher sem notícias do filho que foi trabalhar em um garimpo na Amazônia. Ela decide partir em busca dele e, no caminho, testemunha um sistema de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais.
Dona Pureza recolhe provas dos crimes e suas denúncias levam à criação da primeira ação na história de combate ao trabalho análogo à escravidão em território brasileiro. Desde 1995, o grupo móvel já libertou mais 57 mil trabalhadores. Para o cineasta Renato Barbieri, a trajetória de dona pureza traz para o público um olhar para o Brasil profundo.
Em 1997, Pureza Lopes Loyola, que inspirou o filme, recebeu em Londres o prêmio anti-escravidão da mais antiga organização de combate a esse tipo de exploração no mundo. Esse tema vem se juntar à obra do diretor Renato Barbieri, que há quatro décadas traz para as telas filmes sobre a diáspora africana, as tradições quilombolas, entre outros.
"Pureza" entra em cartaz dia 19 de maio nos cinemas de todo o país. Antes disso, tem pré-estreia social na capital maranhense nesta quarta-feira, com a presença de Dona Pureza, que vai ver sua própria história transformada em filme.
*Com sonoplastia de Messias Melo