Nascido no Rio de Janeiro e criado em Alagoas, Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo foi um dos personagens mais importantes da história do rádio no Brasil.
Após a morte do pai, Paulo Gracindo veio para o Rio de Janeiro e entrou para o teatro Ginástico Português, passando a atuar em diversas companhias ao lado de grandes atores, como Procópio Ferreira e Dulcina de Moraes.
Em setembro de 1935, seu amigo, o ator e diretor Olavo de Barros, realizou as primeiras experiências de rádio teatro, ainda chamado de Rádio Cego, na recém criada Rádio Tupi de Assis Chateaubriand.
Logo depois, em 1937, Olavo de Barros lançou a primeira novela transmitida pelo rádio, Mulheres de Bronze, com Paulo Gracindo no elenco principal.
Em meados dos anos 40, Paulo Gracindo passou a atuar também como animador de auditórios por indicação de seu colega Ary Barroso.
Grande sucesso de audiência, o Rádio Sequência G-3 ia ao ar na Rádio Tupi das 11h às 13h30 e levava informação, humor, música e promoções com o público participando ao vivo no auditório direto para a mesa de almoço dos ouvintes.
No final da década, o programa migrou junto com seu apresentador para a Rádio Nacional, onde passou a ser irradiado aos domingos e foi rebatizado de Programa Paulo Gracindo.
Além de estrelar radionovelas e comandar programas de auditório, Paulo Gracindo também compôs dezenas de músicas e fez carreira no rádio como humorista.
No programa Balança mas não cai, o quadro Primo Pobre e Primo Rico, com o saudoso ator Brandão Filho, ficou no ar por quase duas décadas e foi sucesso também na televisão.
Do rádio, Paulo Gracindo seguiu seu caminho natural para a televisão onde interpretou papéis memoráveis, como o Tucão da telenovela Bandeira 2, o coronel Ramiro Bastos, em Gabriela, João Maciel em O Casarão, o padre Hipólito de Roque Santeiro e o inesquecível prefeito Odorico Paraguaçu, de O Bem Amado.
Paulo Gracindo conjugou talento e versatilidade como poucos e seus personagens povoam até hoje o imaginário brasileiro.
Cem anos em 100 programas
Até 7 de setembro, a Rádio MEC vai produzir e transmitir, diariamente, interprogramas com entrevistas e pesquisas de acervo sobre diversos aspectos históricos relacionados ao veículo.
A ideia é resgatar personalidades, programas e emissoras marcantes presentes na memória afetiva dos ouvintes. Acompanhe na Radioagência.