Sobrevivente do maior campo de concentração nazista, o escritor húngaro Imre Kertész venceu o Prêmio Nobel de Literatura "pela escrita que defende a frágil experiência do indivíduo contra a arbitrariedade bárbara da história". O anúncio foi feito em 10 de outubro de 2002.
Nascido em 1929, em Budapeste, na Hungria, Imre era apenas um adolescente quando foi levado para o campo de concentração de Auschwitz, em território polonês dominado pelos alemães. Depois, foi transferido para o campo de Buchenwald, na área centro-leste da Alemanha.
Com a queda do regime nazista, Imre foi resgatado em 1945 e voltou para Budapeste. Começou a trabalhar como jornalista e também foi tradutor de literatura alemã de grandes autores como Friedrich Nietzsche e Sigmund Freud.
Depois de quase uma década com as escritas concluídas, o primeiro livro de Imre Kertész chegou ao público húngaro em 1975. Fatelessness é um romance semiautobiográfico em que relata a experiência de um jovem como prisioneiro do regime nazista. Em português, o livro ganhou o título Sem destino.
Em 1990, a obra foi publicada em alemão e levou o escritor a ser reconhecido na Europa. Uma adaptação do romance virou filme em 2005. O tema do Holocausto também permeou outras obras do autor.
No discurso de recebimento do Prêmio Nobel, o escritor fez uma homenagem às vítimas do Holocausto e disse as seguintes palavras: “morri uma vez, para poder viver. Talvez essa seja a minha história real. Se for, dedico este trabalho, nascido da morte de uma criança, aos milhões que morreram e aos que ainda se lembram deles.”
O escritor húngaro morreu aos 86 anos em 2016 na sua cidade natal. A causa da morte foi descrita no comunicado como “uma batalha contra uma longa doença”.
História Hoje
Redação: Beatriz Evaristo
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