Um convênio entre o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Defensoria Publica da União e o Museu da República, no Rio de Janeiro, vai ampliar o material de pesquisa da Coleção Nosso Sagrado, que atualmente é formada por mais de 500 objetos de religiões de matriz africana, apreendidos entre 1889 a 1946 pela polícia fluminense.
O acervo está desde 2020 sob a guarda do Museu da República, em uma Gestão Compartilhada com lideranças religiosas.
O Ministro Silvio Almeida esteve no Museu para assinar o acordo e visitou a Coleção. Almeida afirmou que a ação é um ponto de partida no caminho da reparação histórica para que não se tolere mais qualquer tipo de violência contra as religiões de matriz africana.
O diretor do Museu da República, Mário Chagas, explicou que o acordo de cooperação técnica inclui estudar mais de 300 inquéritos policiais que se referem à coleção.
Chagas também anunciou a alteração oficial do nome da coleção pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Mãe Meninazinha de Oxum, do Ilê Omolu Oxum, tradicional casa de axé do município de São João do Meriti, na região metropolitana do Rio, destacou que o caminho da reparação é longo, mas que é possível avançar por ele.
Na ocasião também foi lançado o catálogo impresso “Moda de Terreiro”. Com coordenação de Mãe Meninazinha de Oxum, a publicação traz fotografias das roupas sagradas confeccionadas por mulheres integrantes do Ateliê Obinrim Odara, que também faz parte da casa de axé.
A publicação, com 40 páginas e tiragem de mil exemplares, tem as próprias mães, filhas e filhos de santo do terreiro com modelos.
A versão digital do catálogo “Moda de Terreiro” pode ser encontrado no site ileomolueoxum.org e as criações podem ser encomendadas pela página do Instagram @atelierobinrimodara.