O Arquivo Nacional no Rio de Janeiro tem, pela primeira vez, uma mulher negra à frente da direção. A historiadora Ana Flávia Magalhães tomou posse nesta sexta (17) como nova diretora-geral da instituição.
Ela substituiu Ricardo Borda D’Água Braga, nomeado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e alvo de críticas por ser considerado sem qualificação para o cargo.
Ana Flávia é professora adjunta do Departamento de História da Universidade de Brasília, tem licenciatura, mestrado e doutorado em história, além de bacharelado em Jornalismo.
Criado em 1838, ainda durante o Império, o Arquivo Nacional é responsável pela gestão e proteção do patrimônio documental brasileiro.
Ana Flavia Magalhães reflete que sua chegada representa algo maior que um simples simbolismo estatístico de ser a primeira mulher negra a ocupar o cargo como titular.
A nova diretora-geral destacou que é preciso jogar luzes nos traumas do passado, como a ditadura militar, por exemplo, e dialogar com vários segmentos chamados por ela de prioritários: como pessoas negras, indígenas, da comunidade LGBTQIA+ .
Presente na cerimônia, a escritora e filósofa Sueli Carneiro ressaltou as competências de Ana Flávia para estar à frente da instituição.
Também participaram da cerimônia de posse a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços, Esther Duek, que participou por videoconferência.
O Arquivo Nacional recentemente ganhou status de secretaria deste Ministério.