Festas juninas e julinas também são tempo de Bumba Meu Boi

A cultura do Bumba Meu Boi está presente em todo o país, com apresentações em momentos distintos do ano, como Dia de Reis, carnaval, São João e até no Natal. Tudo depende da localidade.

Os nomes também variam de acordo com os estados e o festejo: Boi Calemba, Boi de Reis, Boi Surubim, Boi Zumbi, Mulinha de Ouro, Boi Bumbá, Boi de Jacá e Boi de Mamão são algumas outras denominações.

Os grupos como um todo são registrados como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Diana Dianovsky, Coordenadora Geral de Identificação e Registro do Departamento de Patrimônio Imaterial do órgão, elenca alguns pontos que são considerados para se conseguir o título.

“Um bem cultural imaterial são as criações culturais que têm um caráter dinâmico, estão fundadas na tradição, são manifestados por grupos de indivíduo e é uma expressão da sua identidade cultural e social. E ele também tem que ter três características: ter relevância nacional, ser uma referência cultural para aqueles grupos que fazem essa prática e essa manifestação tem que ter continuidade histórica”.

A maioria dos grupos se apresenta país afora durante o ciclo junino, onde o Maranhão se destaca. Além do registro nacional do Iphan, a manifestação também detém o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Parte desse reconhecimento está ligado à quantidade de grupos e brincantes do Bumba Meu Boi, como destaca Diana.

“Na época da entrega do dossiê que garantiu o título de patrimônio cultural e material da humanidade junto à Unesco, a gente tinha mapeado 400 grupos de São Luís e de pelo menos 75 municípios do Estado do Maranhão”.

“Eu sou guerreiro, eu sou Valente, eu venho de São Vicente, minha aldeia é no Tabocá”. A voz experiente é de seu Zé Olhinho, Amo do Boi maranhense Unidos de Santa Fé. Com seus 80 anos, mais de 60 deles dedicados à preservação da manifestação cultural no estado.

“é o que eu faço aqui no boi de Santa Fé, que eu considero uma família. Unida com muito trabalho, muita dedicação. O bumba meu boi para nós significa muito, porque estamos sempre em evidência, sempre trabalhando 24 horas por dia, o ano todo para mostrar para a opinião pública algo referente ao bumba meu boi, como o patrimônio cultural da humanidade”.