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Cultura

Academia Brasileira de Literatura de Cordel completa 35 anos

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Carolina Pessoa - Repórter da Rádio Nacional
30/09/2023 - 09:13
Rio de Janeiro

Uma tradição nordestina, que criou raízes no Rio de Janeiro. A literatura de cordel, gênero poético que combina métrica, rima e oração, em uma espécie de poesia cantada, tem até mesmo uma Academia na cidade, que está completando 35 anos neste mês: a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, a ABLC, está sediada em Santa Teresa, na região central.

No local, é possível ver um pouco da vasta produção cultural do gênero, como folhetos de diversos autores, livros sobre cordel e xilogravuras, que ilustram os cordéis. A técnica dos escritores combina elementos das culturas africana, indígena, europeia e árabe. Atualmente, a instituição conta com 40 acadêmicos e uma biblioteca com mais de 13 mil títulos. O material está exposto no local para venda ou consulta.

Almir Gusmão, presidente da ABLC, explica a origem do espaço.

A literatura de cordel remonta a tradição portuguesa, e chegou ao Brasil na época do descobrimento, primeiramente na Bahia. Desembarcou no Rio de Janeiro a partir da década de 1950, quando teve início o movimento de migração de nordestinos para a região Sudeste.

Almir também conta que o gênero até hoje sofre com discriminação, por ser considerada uma literatura menor e ter seus escritores chamados de analfabetos. Apesar de algumas dificuldades, ele explica que o cordel está mais vivo do que nunca.

Atualmente, a ABLC perpétua a tradição do gênero em bibliotecas de cordel espalhadas por todo o país, as cordeltecas. São 35 reconhecidas em todo o Brasil. Os acervos estão disponíveis ao público dentro dos horários de cada instituição.

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